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Título: Diversidade, distribuição de ácaros oribatídeos (Acari: Oribatida) e a análise do esforço amostral nos padrões vistos na comunidade, em savana amazônica na região de Alter do Chão no Pará
Autor: Santos, Evanira Maria Ribeiro dos
Orientador: Franklin, Elizabeth Nazaré
Palavras-chave: Oribatida
Análise de ácaros
Ácaros Oribatídeos
Data do documento: 2005
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Entomologia
Resumo: Pela primeira vez é apresentado um estudo sobre a comunidade de ácaros oribatídeos em ambiente de savana no Norte do Brasil. Abordamos três pontos visando à elaboração de protocolos de coleta simples e eficientes e a conseqüente redução dos custos financeiros: 1) o conhecimento taxonômico, 2) o esforço amostral no campo e no laboratório e 3) os padrões ecológicos na comunidade. As espécies de ácaros oribatídeos foram coletadas em 38 parcelas de 4 hectares numa área de savana amazônica, cobrindo 30.000 ha, próximo de Alter do Chão, no Pará, e extraídas pelo método de Berlese-Tulgreen. Em cada parcela, 10 subamostras compostas foram efetuadas. Comparamos a diversidade com outros resultados publicados para 26 diferentes ambientes na região amazônica, inserindo os táxons no contexto de organização morfológica e sistemática dos Oribatida. Das 121 espécies registradas para ambientes de savana no Norte do Brasil, 91 foram registradas neste trabalho, 44 das quais são definitivamente identificadas. O alto percentual de morfoespécies (51 %) mostra que o conhecimento atual da taxonomia na região ainda é inadequado. Das 91 espécies, 28 (31 %) tiveram um único registro de ocorrência. Quarenta e quatro táxons foram exclusivos das 38 parcelas, tratando­ se de novos registros de ocorrência. Supomos que muitos podem ser indicadores de ambientes de savana ou "savanícolas", principalmente aqueles que ocorreram em mais de 50% das parcelas. Para identificar protocolos que sejam efetivos financeiramente para inventários em larga escala, investigamos métodos de redução de tempo coletando, triando e identificando os ácaros oribatídeos para determinar a redução dos custos e a perda da informação envolvida. Foi efetuada a estimativa de economia de custos e de tempo usando diferentes protocolos de coleta e triagem de subamostras provenientes de um esforço que consideramos máximo, sem perder os padrões ecológicos da comunidade, principalmente numa região de muita complexidade como a Amazônia. Para avaliar a redução do esforço amostral em laboratório, o conteúdo das subamostras foi reduzido a 50%, 25%, 12,5% e 6,25% do volume inicial. Para diminuição do esforço em campo foi efetuada a redução do número de subamostras por parcela. Usamos a similaridade entre as parcelas, baseada na composição de espécies de ácaros oribatídeos, calculada pelo índice de associação de Bray Curtis, e o Teste de Mantel para comparar as matrizes de similaridade. A análise do efeito do esforço amostral no campo e em laboratório nos padrões encontrados na comunidade mostrou que a redução do número de subamostras nas parcelas pode reduzir o custo de coleta em cerca de 10% para coletas em áreas afastadas do laboratório, e reduzir os custos de triagem em cerca de 30%. Utilizando subamostras diluídas, o custo na triagem e na identificação dos ácaros oribatídeos poderia ter sido reduzido em 65% sem grandes perdas nas informações (índices de associação entre parcelas). As reduções no esforço de triagem até 12,5 % do volume inicial não influenciaram na capacidade da análise de ordenação em detectar padrões da comunidade associados com gradientes ecológicos. Um aumento no esforço de triagem dentro das unidades amostrais de 4 ha poderia resultar em estimativas razoáveis do número de espécies por parcela (diversidade alfa), mas a alta diversidade beta (ß) indicou que um esforço maior seria necessário para estimar a diversidade gama de ácaros oribatídeos em savana da região de Alter do Chão. Desse modo, o uso de subamostras compostas e as subamostragens (diluições) em laboratório são métodos eficientes e financeiramente viáveis para o inventário de táxons megadiversos, como é o caso dos ácaros oribatídeos, e reduzem a validade dos argumentos que excluem os táxons de invertebrados dos inventários faunísticos. Este aumento seria viável na maioria dos estudos ecológicos, caso uma análise do esforço amostral fosse elaborado antes da realização das coletas, principalmente em projetos de larga escala. Usando análise de ordenação investigamos os efeitos da estrutura do solo (teor de argila) e estrutura da vegetação (cobertura de capim e moitas) sobre a composição de espécies de ácaros oribatídeos. Apesar da grande diversidade do grupo, houve forte indício da influência da argila no principal padrão da comunidade. A comunidade de ácaros oribatídeos pôde ser organizada ao longo de um gradiente de porcentagem de argila no solo comprovando que a estrutura física do solo afeta a comunidade. As espécies que ocorreram associadas à maior porcentagem de argila no solo, também ocorreram em outros ambientes com solo argilosos de outros estudos, indicando a preferência por solos bem estruturados, que proporcionam maior distribuição espacial dos poros, retenção de água, além da maior fertilidade. Entretanto, as espécies que foram associadas ao baixo teor de argila, que parecem ser as espécies "savanícolas", estão utilizando nichos poucos explorados pelas outras espécies mais generalistas.
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