Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11934
Título: As adaptações dos índios tukano e maku-hup'du no rio Tiquié: nichos ecológicos distintos ou competição por recursos?
Autor: Wright III, Harold Martin
Orientador: Rebêlo, George Henrique
Coorientador: Shepard Jr., Glenn Harvey
Palavras-chave: Índios Maku-hup du
Índios Tukano
Populações ribeirinhas
Data do documento: 10-Fev-2009
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ecologia
Abstract: The Tiquié and Vaupés Rivers, flowing from Colombia into Brazil in the sparsely populated "Alto Rio Negro" Indian Reservation, have for centuries provided the indigenous peoples of the area with adequate protein sources in an otherwise nutrient-poor ecosystem (Moran 1991; Milton 1984; Jackson 1983; Gross 1975). As such, the river-dwelling Tukano peoples and the seminomadic forest-dwelling Maku-hup’du have developed a complex social and commercial system that has helped to sustain these essential protein sources, based on a hierarchical structure described as anything from "slavery" (Koch-Grünberg, 2005) to "patron -- client" (Chernela, 1993; Epps, 2005) to servants and workers (Gentil, 2005). Recent efforts by Catholic missionaries and government agencies have been encouraging permanent settlement of the Makuhup’du within the region (Milton, 1984). The intent of this study was to determine the adaptations of the increasingly-sedentary Maku-hup’du populations and the permanent Tukano populations in the region, to know if they live in distinct ecological niches or are competing for resources within the ecosystem. Surveys on quantities, sizes, and varieties of food sources harvested by Tukano and Maku-hup’du indians, as well as the time spent in obtaining food, were conducted in the Desâna villages of Cucura stream, and the adjacent Maku-hup’du settlements. The data were then analyzed to determine the niche width of the respective peoples. This study documents a major subsistence pattern change among two of the three Maku-hupdu settlements away from the traditional hunting pattern towards a pattern of fishing and manioc horticulture that is virtually indistinguishable from that practiced by their Tukanoan neighbors. The study highlights an important decline in daily protein intake among all study communities when compared with historical data gathered by Milton (1984). Quantification of niche width strongly suggests that the noted decline in protein resources is associated with an increasing overlap of subsistence niche (a result of the noted acculturation) between the Maku and the Tukanoans in this nutrientpoor ecosystem. Finally, this study examines the theoretical and practical implications of cultural change and ecological adaptation (or maladaptation) in this important indigenous reserve in Brazil, representing some 10% of Brazil’s overall indigenous population and cultural-linguistic diversity.
Resumo: O Rio Tiquié tem nascentes na Colômbia e no Brasil drenam a região da Terra Indígena do “Alto Rio Negro”, e provêem fontes adequadas de proteínas aos povos indígenas há séculos num ecossistema pobre em nutrientes (Moran, 1991; Milton, 1984; Jackson, 1983; Gross, 1975). Os índios ribeirinhos Tukano e os índios semi-nômades da floresta Maku-hup’du desenvolveram um sistema social e comercial complexo, baseado numa estrutura hierárquica descrita como sendo de “escravidão” (Koch-Grünberg, 2005) a “patrão – cliente” (Epps, 2005; Milton, 1984), serventes e trabalhadores (Gentil, 2005). Mas, esforços recentes de missionários católicos e agências do governo têm encorajado o estabelecimento de aldeias permanentes para os Maku-hup’du na região (Milton 1984). Este estudo visou determinar quais as adaptações de populações de Makuhup’du e Tukano na região, e saber se ocupam nichos ecológicos distintos ou se estão competindo por recursos no ecossistema. Para isso, foram feitos levantamentos das quantidades, tamanhos e variedades e tempo gasto na obtenção de alimentos em aldeias Desâna no Igarapé Cucura, assim como nos povoados adjacentes da etnia Maku-hup’du. Os dados foram usados para analisar a largura dos nichos ocupados pelos dois povos. Esta pesquisa documenta uma grande alteração no padrão de subsistência em duas das três aldeias da etnia Maku-hup’du, ao passar da caça tradicional a um sistema de pesca e horticultura que é praticamente indistinto dos seus vizinhos dos povos Tukano. Esta pesquisa identifica um declínio importante no consumo protéico entre todas as comunidades pesquisadas quando comparada com os dados históricos apresentados por Milton (1984). A quantificação da largura do nicho sugere fortemente que o declínio observado nos recursos protéicos está associado a um aumento na sobreposição dos nichos de subsistência (como resultado das mudanças culturais já mencionadas) dos povos Makuhup’du e Tukano deste ecossistema pobre em nutrientes. Por fim, a presente pesquisa examina as implicações teóricas e práticas da adaptação (ou maladaptação) cultural e ecológica nesta reserva indígena no Brasil, que representa cerca de 10% da população total indígena e da diversidade cultural-linguística.
Aparece nas coleções:Mestrado - ECO

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
dissertação_INPA.pdf1,51 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons