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Título: Fontes de pólen, pólen tóxico e mel amargo utilizados por abelhas (Apis mellifera L.) africanas e seus híbridos com italianas e cárnicas, na Amazônia setentrional, Roraima, Brasil
Autor: Silva, Silvio José Reis da
Orientador: Absy, Maria Lúcia
Palavras-chave: Abelhas
Palinologia
Plantas melíferas
Data do documento: 2005
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Entomologia
Resumo: Este estudo foi desenvolvido na Fazenda Progresso, Colônia da Confiança 11, Município do Cantá, Estado de Roraima, Brasil (60º 39'O; 2º 26'N), objetivando identificar as fontes de pólen, determinar a origem do mel amargo e identificar a causa da mortalidade de abelhas em Roraima. Também foi feita a comparação entre os tipos polínicos explorados pelas abelhas africanas, (Apis mellifera scutellata Lepeletier), italianas (Apis mellifera ligustica Spinola) e cárnicas (Apis mellifera carnica Pollmann). Foi montado um apiário com 15 colméias, sendo 5 povoadas com abelhas africanas, 5 com abelhas italianas e 5 com abelhas cárnicas. Sobre cada colméia foi colocado um coletor de pólen. De 3 em 3 dias a grade do coletor de pólen era mantida fechada por aproximadamente 24h. O pólen retirado dos coletores era ensacado, pesado e etiquetado e armazenado em freezer até sua preparação para análise. Para auxiliar na identificação dos tipos polínicos das cargas corbiculares e amostras de mel foram coletados ramos com flores das espécies das espécies que ocorreram próximas do apiário e de vicinais próximas. No momento da coleta das espécies botânicas era observado se havia visitação por abelhas e que material estavam coletando. Foram identificadas 37 espécies vegetais visitadas pelas abelhas, distribuídas em 31 gêneros e 25 famílias. As famílias com mais espécies visitadas foram: Leguminosas (6 Mimosaceae, 2 Caesalpiniaceae e 1 Fabaceae), Rubiaceae (3), Turneraceae (2), Malvaceae (2) e Lamiaceae (2). As herbáceas representaram 43% do total. Dentre as espécies herbáceas de maior importância como recurso trófico para as abelhas, se destacam as seguintes: Chromolaena maximilianii, Croton glandulosus, Mimosa pudica, Sida glomerata, Sida cordifolia, Spermacoce (Borreria) verticilata, Tumera ulmifolia, Portulaca sp. Na análise do pólen retirado dos coletores foram identificados 68 tipos polínicos, 54 tipos foram explorados pelas abelhas africanas e italianas e 52 pelas abelhas cárnicas. As três subespécies de abelhas compartilharam 39 tipos polínicos (57,3% do total). As abelhas cárnicas coletaram significativamente menos tipos polínicos e menor quantidade de pólen quando comparadas com as africanas e italianas. Os 15 tipos polínicos com as freqüências médias mais altas foram: Mimosa pudica, Eschweilera tipo, Maximiliana maripa, Cecropia sp, Poaceae tipo, Euterpe sp, Peltogyne purpurea, Anemopaegma fIoridum, Melastomataceae tipo Miconia, Spermacoce verticilata, Caraipa densifolia, Killinga sp, Portulaca sp, Conceveiba sp e Sida glomerata. O pólen de Mimosa pudica foi o de maior freqüência, ocorrendo em 7 meses, de maio a novembro. Outras espécies com freqüências menores ocorreram em um número maior de meses do ano. Euterpe sp ocorreu durante 9 meses, de abril a dezembro, Maximiliana maripa, Cecropia sp. e Poaceae tipo, ocorreram em 8 meses. No mês de novembro de 2002, 2003 e 2004 ocorreu mortalidade de abelhas operárias. Foi feita a análise polínica do conteúdo intestinal de abelhas operárias que apresentaram sintomas de intoxicação. Os tipos polínicos associados aos casos de intoxicação foram Caraipa densifolia e Ferdinandusa paraensis. Realizamos testes de toxidade alimentando abelhas engaioladas com pólen de Ferdinandusa paraensis. O grupo de tratamento foi alimentado com o pólen de Ferdinandusa paraensis e o grupo de controle foi alimentado com outro tipo de pólen, não tóxico. A expectativa de vida do grupo alimentado com pólen de F. paraensis foi 3 vezes menor no primeiro experimento e 5 vezes menor no segundo experimento, essas diferenças foram estatisticamente significativas. A identificação da origem do mel amargo foi determinada por meio da análise polínica de 7 amostras deste mel. Dos tipos polínicos que ocorreram em todas as amostras de mel, Vochysia guianensis foi considerada a espécie responsável pela origem do mel amargo na Colônia da Confiança, Município de Cantá, Roraima.
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