Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12617
Título: Balanço de água na Amazônia: o papel do desflorestamento e das mudanças climáticas
Autor: Gomes, Weslley de Brito
Orientador: Correia, Francis Wagner Silva
Palavras-chave: Desmatamento –Amazônia
Efeito estufa
Data do documento: 29-Jun-2019
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Clima e Ambiente - CLIAMB
Abstract: The present work aims to conduct a climate and hydrological modeling study in order to evaluate the impacts arising from the increase of GHG greenhouse gases (scenario RC P8.5) and future scenarios of deforestation and their impact on the water balance in the Amazon Basin, with particular emphasis on the Madeira River basin. For this, the Regional Model Eta and the Hydrological Model of Large-scale Hydrological Model (MGB-IPH), forced with the Brazilian Model of the Earth System (Brazilian Earth System Model Ocean-Atmosphere) version 2.5 were used. In the present climate, the Eta regional model was able to represent the moisture sink characteristics in the Amazon basin, presenting precipitation rates higher than evapotranspiration. In the scenario RCP 8.5 (deforestation 2015), the model showed temperature sensitivity over all of South America, with a more intense increase over the Amazon basin (4-5°C). In this scenario, precipitation decreased 11%, evapotranspiration 6% and moisture convergence 9%. Changes in water balance were intensified in future deforestation scenarios, showing that the increase in GHGs and changes in land use contributed synergistically to altering the water budget over the Amazon basin. With deforestation, reductions of 13% (2050) and 19% (2100) were observed in the precipitation, and 12% (2050) and 20% (2100) reductions in evapotranspiration over the basin were also observed. The Negative Feedback Mechanism (NFM) was predominant in the inclusion of deforestation, in which the relative reduction in evapotranspiration was greater than the reduction in precipitation, leading to an increase in the convergence of moisture over the region. Despite changes in regional circulation, and consequently in moisture transport and convergence, the effects of reduced evapotranspiration on deforestation scenarios were more important in reducing precipitation. In the hydrological processes of the Madeira River basin, there was an increase in discharges at most fluviometric stations in all scenarios. The increase in precipitation upstream of the basin and changes in soil parameters, associated with changes in land use, contributed to the increase of discharges and the flood area over the Madeira basin. The changes in the water balance in the Amazon, mainly in the Madeira basin due to the anthropogenic factors, are a worrying scenario, since they can trigger significant alterations in the natural Amazonian ecosystems. If public conservation policies do not act to halt environmental degradation (deforestation) and reduce greenhouse gas emissions byburning fossil fuels, changes in the water cycle can have negative effects on the environment and cause losses to the hydrological resources and in the principal sectors of the economy (agriculture, industry, river navigation, power generation), directly affecting communities living along the banks of rivers, especially the vulnerable populations of the Amazon basin.
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo de modelagem climática e hidrológica a fim de avaliar os impactos decorrentes do aumento dos gases do efeito estufa GEE’s (cenário RCP 8.5) e cenários futuros de desflorestamentos no balanço de água na bacia Amazônica, com ênfase na bacia do Rio Madeira. Para isso, utilizou-se Modelo Regional Eta e o Modelo Hidrológico de Grandes Bacias (MGB-IPH), forçado com o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Brazilian Earth System Model Ocean-Atmosphere) versão 2.5. No clima presente, o modelo regional Eta conseguiu representar as características de sumidouro de umidade na bacia Amazônica, apresentando taxas de precipitação maior que a evapotranspiração. No cenário RCP 8.5 (desflorestamento 2015), o modelo apresentou sensibilidade na temperatura sobre toda a América do Sul, com aumento mais intenso sobre a bacia Amazônica (4-5°C). Neste cenário, a precipitação reduziu 11%, a evapotranspiração 6% e a convergência de umidade 9%. As mudanças no balanço de água foram intensificadas nos cenários futuros de desflorestamentos, mostrando que o aumento dos GEE’s e as mudanças no uso da terra contribuíram sinergicamente para alterar o balanço de água sobre a bacia Amazônica. Com os desflorestamentos, observaram-se reduções de 13% (2050) e 19% (2100) na precipitação, e de 12% (2050) e 20% (2100) na evapotranspiração sobre a bacia. Predominou-se o Mecanismo de Retroalimentação Negativo (MRN) na inclusão dos desflorestamentos, no qual, a redução relativa na evapotranspiração foi maior que a redução na precipitação conduzindo a um aumento na convergência de umidade sobre a região. Apesar das mudanças na circulação regional, e consequentemente no transporte e convergência de umidade, os efeitos da redução na evapotranspiração nos cenários de desflorestamento foram mais importantes para redução da precipitação. Nos processos hidrológicos sobre a bacia do rio Madeira, observou-se aumento das descargas na maioria das estações fluviométricas em todos os cenários. O aumento na precipitação à montante da bacia e as mudanças nos parâmetros do solo, associada às alterações no uso da terra, contribuíram para o aumento das descargas e da área de inundação sobre a bacia do Madeira. As mudanças no balanço de água na Amazônia, principalmente sobre a bacia do Madeira, devido aos fatores antropogênicos se caracterizam um cenário preocupante, pois podem desencadear alterações significativas nos ecossistemas naturais amazônicos. Se as políticas públicas de conservação não agirem no sentido de deter a degradação ambiental (desflorestamento) e reduzir as emissões dos gases doefeito pela queima de combustíveis fósseis, as alterações no ciclo da água podem ter efeitos negativos com prejuízos e danos no meio ambiente, nos recursos hídricos, nos principais setores da economia (agricultura, indústria, navegação fluvial, geração de energia elétrica), afetando de forma direta as comunidades que vivem às margens dos rios, principalmente as populações vulneráveis da bacia Amazônica.
Aparece nas coleções:Mestrado - Cliamb

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Wesley de Brito.pdf7,98 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons