Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12641
Título: Variação da fitofisionomia e dinâmica em florestas alagáveis de igapó na Amazônia central relacionada aos distúrbios
Autor: Neves, Juliana Rocha Duarte
Orientador: Schöngart, Jochen
Coorientador: Fernandez Piedade, Maria Teresa
Palavras-chave: Balbina
Modelos alométricos
Rio Uatumã
Data do documento: 28-Mar-2018
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Clima e Ambiente - CLIAMB
Abstract: Black water igapó forests are classified as oligotrophic ecosystems, influenced by rivers of acid pH, low sediment load, poor in nutrients with a phytophysionomy triggered by hydro-edaphic factors. In this study, we estimated the carbon storage and sequestration in aboveground wood biomass in the Uatumã Sustainable Development Reserve. In order to analyze along the topographic gradient the impacts that the Balbina Hydroelectric Power Plant (HPP) caused, three plots of one hectare were installed in the igapó floodplains of the Abacate River (undisturbed system) and three plots of one hectare in the igapó of the Uatumã River as a disturbed system. All trees with diameter at breast height (DBH) above 10 cm were inventoried and tree heights were estimated by specific non-linear regression model between DBH and tree height. The density of the species was estimated from studies performed in other Central Amazonian black-water igapós. The most abundant species were sampled for tree-ring analysis to estimate tree ages and annual diameter increments. Parameters of DBH, height and wood density of all the trees were used to estimate the aboveground wood biomass and the carbon stock (47% of dry biomass) using a pantropical allometric model. The mean age was estimated by a non- linear regression model through DBH and increment rates, with the age structure of the forest being estimated for each topographic level. A low species richness was detected at the lower topography in the igapó impacted by the HPP, in comparison to the undisturbed system and other Central Amazonian igapós, in the same way, the higher elevation of the disturbed system presented species richness similar to the non-flooded terra firme. The estimates of biomass and carbon stock showed a tendency to increase with decreasing topography. The mean age of the forest showed a significant correlation with tree density, basal area, average wood density, mean diameter increment rates and average residence time of the carbon (carbon stock/carbon sequestration of wood biomass), while the flood duration only showed significant correlations with tree density and species richness. The high biomass production and low residence time of the igapó at the intermediate topography of the Uatumã River, compared to the same elevation at the Abacate River, resulted from the high abundance of pioneer species with short longevity, high diameter increment rates and low wood densities. The obtained results suggest that it is not possible to associate the disturbances caused by the hydrological changes with stand ́s structure and dynamic, but that the igapós of the Uatumã River basin present several stages of secondary succession, possibly as a consequence of past disturbances associated by extreme hydro-climatic conditions. Based on this we suggest further studies to give more insights on the impact of natural and anthropogenic associated with changes of the hydrological cycle in this vulnerable oligotrophic ecosystem.
Resumo: Florestas de igapó de água preta são classificadas como ecossistemas oligotróficos, banhadas por rios de pH ácido, baixa carga de sedimentos e pobre em nutrientes, e com uma fitofisionomia condicionada por fatores hidro-edáficos. Nesse estudo, estimamos o estoque e sequestro de carbono na biomassa lenhosa na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã. A fim de analisar no gradiente topográfico os impactos que a Usina Hidrelétrica (UHE) de Balbina causou, três parcelas de um hectare do Rio Abacate foram selecionadas como sistema não-perturbado e três parcelas de um hectare no Rio Uatumã como sistema perturbado. Todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) acima de 10 cm foram inventariadas e a altura foi estimada por meio de modelos específicos de regressão não linear a partir da relação DAP e altura. A densidade das espécies foi estimada a partir de trabalhos realizados em outros igapós de água-preta ao longo de toda a Bacia Amazônica. As espécies mais abundantes foram coletadas para análise de anéis de crescimento e a partir disto foram estimadas as idade e taxas anuais de incremento diamétrico. Parâmetros de DAP, altura e densidade da madeira de todas as árvores forma utilizados para estimar a biomassa lenhosa acima do solo e o estoque de carbono (47% da biomassa seca) por meio de um modelo alométrico pantropical. A idade média foi estimada por modelo de regressão não-linear através do DAP e taxas de incremento. Com isso a estrutura etária da floresta foi estimada para cada nível topográfico. Foi detectado nesse estudo uma baixa diversidade de espécie nas cotas mais baixas no sistema impactado pela UHE, em comparação ao não perturbado e a outros igapós da Amazônia, da mesma forma a cota mais alta mostrou riqueza de espécies similar à terra-firme. As estimativas de biomassa e estoque de carbono apresentaram uma tendência de aumento à medida que o gradiente topográfico diminui. A idade média da floresta apresentou correlação significativa com a densidade de árvores, área basal, densidade média da madeira, taxas médias de incremento em diâmetro e tempo médio de residência do carbono (estoque de C/sequestro de C na biomassa lenhosa), enquanto que a duração da inundação só apresentou correlação com a densidade das árvores e riqueza de espécies. A maior produtividade no igapó do Rio Uatumã resultante de uma taxa de sequestro e tempo médio de residência do carbono menor em comparação ao igapó do Rio Abacate, é resultado da alta abundância de espécies pioneiras com longevidade curta, altas taxas de incremento diamétrico e baixa densidade da madeira. A partir dos resultados obtidos não foi possível de associar os distúrbios ocorridos no sistema perturbado às mudanças do regime hidrológico causados pela UHE de Balbina, mas que os igapós da bacia do Rio Uatumã apresentam vários estágios de sucessão secundária possivelmente resultando de distúrbios de condições hidro-climáticas extremas no passado. Baseado nisso, sugerimos mais investigações quanto aos impactos naturais e antropogênicos induzindo mudanças no ciclo hidrológico afetando este ecossistema oligotrófico vulnerável.
Aparece nas coleções:Mestrado - Cliamb

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Juliana Rocha.pdf1,5 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons