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https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/36977
Título: | Manual Indigenista Mateiro |
Autor: | Cangussu, Daniel |
Orientador: | Bruno, Ana Carla dos Santos |
Coorientador: | Drumond, Maria Auxiliadora |
Palavras-chave: | Povos Indígenas Isolados Botânica aplicada Arqueologia aplicada Ecologia histórica |
Data do documento: | 13-Jan-2021 |
Editor: | Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA |
Programa: | Botânica |
Abstract: | The “non-contact” methodology, developed and implemented by Brazilian indigenists in the mid 80s, made the country an important technical reference in Latin America and the rest of the world regarding the development of methods for monitoring and protecting the isolated indigenous groups inhabiting the Amazon forest and their territories. This methodology aims to guarantee to groups in isolation a right to their indigenous and original territories whilst respecting their self-determination to refuse making contact and their right to remain in isolation with no permanent or periodic contact with non-indigenous people – the so called “surrounding society” – or even other indigenous groups. Because of this methodology, nearly 30 isolated indigenous groups are recognized by the Brazilian government and can be monitored and protected without being contacted. The teams locate and supervise these groups through the remains they leave in the forests. The methods to do this were developed in the Amazonian forest in a way that the identified remains are analyzed and interpreted in a very specific ecological context. Generally, they are traces of the use and handling of raw vegetable materials; these can be observed in the trunks of trees or in different concentrations of certain species in the forest. The indigenous knowledge, informed by concrete experiences of living with/in the forest and its inhabitants, is the fundamental principle of the non-contact methodology. It contains the expertise and science of the mateiros (those who are responsible for field works) and the indigenous people, who have always acted as guides to expeditions and have been a part of the field teams of indigenist institutions. In acknowledgement of the silenced presence of plants, indigenous people and mateiros, this dissertation aims to systematize their vast empirical knowledge (parabotanic) dispersed in many works and in a dialog with the academic and scientific knowledge in order to formulate a specific botanical knowledge. This would be applied to the monitoring and protection of the isolated indigenous territories by the professionals engaged in field activities in the indigenous Amazon. Lastly, this work will not shy away from taking position in the face of the anti-indigenous and anti-indigenist policies that have been the mark of the Brazilian government for a long time and which took genocidal connotations from 2019, threatening greatly the existence of the indigenous lands and groups which need it for their livelihoods. |
Resumo: | A metodologia do “não contato”, desenvolvida e implementada pelo indigenismo brasileiro em meados dos anos 1980, tornou o país uma importante referência técnica na América Latina e no mundo em relação à elaboração de metodologias de monitoramento e proteção dos territórios de povos indígenas isolados. Esta metodologia visa garantir-lhes o direito originário aos seus territórios, sem infringir o princípio de sua autodeterminação, qual seja, a recusa do contato ou o direito de permanecer em isolamento. Por isolamento, entendese a interrupção de relações contínuas ou intermitentes com os não-indígenas – ou “sociedade envolvente” – ou mesmo com outros povos indígenas vizinhos. Esta metodologia permite que os territórios dos quase 30 povos indígenas isolados, cuja localização é confirmada pelo Estado brasileiro, possam ser monitorados e protegidos sem a necessidade do contato. Desta maneira, através dos vestígios deixados na floresta, as equipes das Frentes de Proteção Etnoambientais (CGIIRC/FUNAI) localizam e monitoram estes grupos indígenas de forma indireta. Esta metodologia foi criada no âmbito da floresta Amazônica, de modo que os vestígios localizados, analisados e sistematizados encontram-se dispersos em um contexto ecológico bastante específico. Via de regra, tais vestígios derivam do manejo e uso das espécies vegetais, e podem expressar-se nos troncos das árvores, na ocorrência e concentração de plantas no interior da floresta, nos acampamentos temporários e em tudo aquilo que nele está contido ou, ainda, em artefatos encontrados fortuitamente em seus caminhos. Os conhecimentos nativos, frutos da experiência do convívio com as matas e suas gentes, permeiam e fundamentam os princípios desta metodologia, uma vez que trazem a sabedoria da ciência dos mateiros e dos indígenas que desde sempre foram os guias em expedições e compuseram as equipes de campo das instituições indigenistas. Em reconhecimento à presença silente das plantas, dos indígenas e dos mateiros, este trabalho busca sistematizar este vasto conhecimento botânico empírico através de uma arqueologia das matas e seus vestígios. Em diálogo com o conhecimento acadêmico e científico ocidental, buscamos formular uma metodologia que conjugue a botânica, a ecologia, etnologia e a arqueologia, passível de ser aplicada ao monitoramento e à proteção dos territórios dos povos indígenas isolados pelos profissionais engajados em ações de campo na Amazônia indígena. Por fim, este trabalho não se furta a assumir uma posição diante da políticas anti-indígena e anti-indigenista, que há muito são a marca dos governos brasileiros e assumiram contornos genocidas a partir de 2019, ameaçando duramente a existência das terras e dos povos indígenas que nelas perpetuam sua existência |
Aparece nas coleções: | Mestrado - GAP |
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