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Título: O boto vermelho (Inia spp.) nos Rios Madeira, Mamoré e Guaporé: distribuição, evolução e estrutura populacional
Autor: Gravena, Waleska
Orientador: Hrbek, Tomas
Coorientador: Silva, Maria Nazareth Ferreira da
Palavras-chave: Boto Vermelho
Cetacea - Populações
DNA mitocondrial
marcadores microssatélites
Data do documento: 1-Nov-2013
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva - GCBEv
Abstract: This study aimed to evaluate the population structure and historical distribution of the boto of the Madeira, Mamoré and Guaporé Rivers. In the first chapter, I investigated if the geographic features of the upper Madeira River act as potential barriers to the distribution of botos (Inia boliviensis and I. geoffrensis). I observed that I. boliviensis occupies not only the Bolivian rivers above the rapids, but also a large part of the Madeira River until the Borba locality, 870 km below the rapids. The gene flow between populations is unidirectional downriver. The divergence time between upstream and downstream populations was estimated as approximately 122,000 years. The second chapter presented the genetic characterization of the population located between the rapids, evaluating the possibility of connectivity with the dolphins found upstream and downstream. Most individuals between the rapids were identified as I. boliviensis based on mitochondrial DNA analysis; however, the nuclear alleles of individuals below the highest waterfall (Teotônio) were characteristic of the Amazon river dolphin species (I. geoffrensis), therefore proving the occurrence of hybrids in this area. Because of the unique alleles and low migration rate I believe that the group found between the rapids evolved independently and became an evolutionary significant unit (ESU) of the Bolivian pink river dolphin. In the third chapter I investigated the occurrence of hybridization between the two species and identified which biogeographic events have led to the observed result. I found a hybrid zone of about 870 km, where individuals have mitochondrial genome of the Bolivian species and most of the nuclear genome belonging to the Amazon species. Although we can not estimate for how long the species are in contact, I fell confident to affirm that the species remained separated not due to the formation of the rapids, as has been suggested by other authors, but because of the river discontinuity during it`s formation. It is likely that the Bolivian pink river dolphin has occupied the Madeira River up to it`s confluence with Manicoré River during the Pliocene. While the formation of the rest of the river untill it s confluence with the Amazon River is recent, dated from the end of the Pleistocene. Thus, the contact between the two species is likely related to a more recent time, revealing that the geographical barrier that hided this secondary contact were not the rapids, but the formation of the Madeira River itself.
Resumo: Este estudo teve como objetivos avaliar a estrutura das populações e distribuição histórica dos botos nos rios Madeira, Mamoré e Guaporé. No primeiro capítulo, foi possível avaliar se as barreiras geográficas presentes no alto rio Madeira eram potenciais barreiras à distribuição das duas espécies de boto (Inia boliviensis e I. geoffrensis) presentes nessa região. Foi observado que a espécie I. boliviensis ocupa não somente os rios da Bolívia acima das corredeiras, mas também grande parte do rio Madeira sendo encontrada até a localidade de Borba, 870 Km abaixo das corredeiras. O fluxo gênico entre essas populações é unidirecional sempre em direção a jusante, e o tempo de divergência das populações entre essas localidades foi estimando em cerca de 122 mil anos atrás. O segundo capítulo apresentou a caracterização genética da população localizada entre as corredeiras, com o objetivo de verificar se existe conexão entre os botos que foram encontrados entre as corredeiras e os botos coletados a montante e a jusante das mesmas. A maioria dos animais foram identificados a partir de sequências de DNA mitocondrial como pertencentes à espécie I. boliviensis, no entanto, abaixo da principal e mais alta cachoeira (Teotônio) a maioria dos indivíduos apresentaram grande parte dos alelos nucleares pertencentes à espécie de boto da Amazônia (I. geoffrensis), caracterizando a ocorrência de híbridos. Por possuírem alelos exclusivos e baixa taxa de migração entre as outras localidades, os animais encontrados entre as corredeiras evoluíram independentemente gerando uma unidade evolutiva significativa (ESU) da espécie de boto da Bolívia. Já no terceiro capítulo foi investigada a ocorrência de hibridização entre as espécies de boto e identificado quais os prováveis eventos biogeográficos que levaram a esse resultado. Foi observada a existência de uma zona híbrida de aproximadamente 870 Km, onde são observados animais que possuem genoma mitocondrial da espécie da Bolívia e a maior parte do genoma nuclear pertencente a espécie da Amazônia. Ainda não se pode estimar há quanto tempo as espécies entraram em contato, mas podemos afirmar que elas permaneceram separadas por algum tempo, e a separação das espécies não se deu devido à formação das corredeiras como já foi sugerido por outros autores, e sim devido à descontinuidade do rio durante a sua formação. É provável que o boto da Bolívia tenha colonizado grande parte do rio Madeira, provavelmente até a confluência dos rios Manicoré e Madeira, durante o Plioceno. A formação do restante do rio até a sua confluência com o Amazonas é mais recente, do fim do Pleistoceno, provavelmente a época que houve o encontro das duas espécies, revelando que a barreira geográfica que impediu o encontro entre as espécies não foram as corredeiras e sim a própria formação do rio Madeira.
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