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Título: Influência das modificações ambientais sobre a comunidade de peixes de um igarapé da cidade de Manaus (Amazonas)
Autor: Silva, Cláudia Pereira de Deus e
Orientador: Santos, Antônio dos
Palavras-chave: Ecologia
Data do documento: 1992
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a influência das modificações ambientais sobre as comunidades de peixes de igarapés na região de Manaus. As comunidades de peixes de dois igarapés foram comparadas: o igarapé do Quarenta que está localizado dentro da área urbana de Manaus, próximo do distrito industrial, portanto, sujeito a despejos de efluentes industriais além de esgotos domésticos; e o igarapé do Candirú, situado no Km 50 da rodovia AM 010 (Manaus-Itacoatiara), em estado natural. Em cada igarapé foram realizadas 4 coletas no período de chuva e 3 coletas no período de estiagem, de março de 1990 a fevereiro de 1991. No igarapé do Candirú foi observada maior riqueza de espécies de peixes. Neste local, 44 espécies de peixes foram capturadas e a maioria foi de representantes da Ordem Characiformes. No igarapé do Quarenta, entretanto, apenas 12 espécies foram encontradas sendo a maioria da Ordem Siluriformes. A maioria das espécies presentes no igarapé do Quarenta possuem adaptações para respiração aérea o que permite que elas permaneçam em áreas onde condições adversas prevalecem (especialmente baixas concentrações de O2). Neste mesmo igarapé a espécie mais abundante foi Hoplosternum littorale. Esta espécie pode ser utilizada em estudo de biomonitoramento em áreas onde poluição por zinco e cobre ocorre, pois nela foi encontrada boas medidas desses metais nos tecidos analizados. Isto pode ser explicado devido ao fato de que esses peixes são bentônicos e se alimentam de detritos, onde estes metais tendem a se acumular. No igarapé do Quarenta, os itens alimentares disponíveis são qualitativamente restritos com predomínio de detritos. As espécies ali presentes, portanto, tiveram sua nutrição baseada nesses itens alimentares disponíveis. Os itens alimentares presentes no igarapé do Candirú, foram tanto de origem autóctone quanto alóctone, o que indica que as florestas das margens dos igarapés possuem grande importância na sustentação das suas comunidades de peixes. O igarapé do Candirú apresentou grande diversidade de microhabitat, característica de ambientes naturais, e a maioria das espécies de peixes foram sempre capturadas em locais específicos, não sendo encontradas em qualquer região do igarapé. No igarapé do Quarenta a diversidade de microhabitat foi reduzida e esta é uma das principais causas da sua pequena riqueza de espécies de peixes. No igarapé do Candirú a comunidade de peixes foi mais estável que no igarapé do Quarenta. As alterações ambientais que ocorreram nos igarapés da região de Manaus (igarapé do Quarenta, por exemplo), tais como: desmatamento ao longo das margens, despejo de lixo sólido, esgoto doméstico e afluentes industriais modificaram as propriedades físicas e químicas da água, que por sua vez afetaram as propriedades de organismos aquáticos. No caso dos peixes, somente as espécies mais resistentes e adaptadas a essas condições ambientais sobrevivem.
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