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Título: Estrutura, dieta e padrão longitudinal da comunidade de peixes de dois rios da Estação Ecológica da Juréia-Itatins e sua regulação por fatores bióticos e abióticos
Autor: Silva, Cláudia Pereira de Deus e
Orientador: Petrere Jr., Miguel
Palavras-chave: Interações Ecológicas
Data do documento: 1999
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ecologia
Resumo: Algumas teorias e hipóteses sobre o padrão de organização e a dinâmica de comunidades de riachos foram desenvolvidas em regiões temperadas. Essas teorias postulam que as mudanças temporais observadas na estrutura de comunidades aquáticas são mais influenciadas pelas condições abióticas, enquanto as diferenças espaciais podem estar mais ligadas às interações biológicas que ocorrem entre os membros de uma comunidade. O objetivo deste trabalho foi determinar quais os fatores abióticos responsáveis pela geração e manutenção da diversidade de peixes em dois rios da Estação Ecológica da Juréia, Itinguçu e Teteqüera. Quatro pontos de coletas foram determinados em cada rio. Realizamos duas coletas no verão e duas no inverno de 1997. Não foi observado diferenças entre verão e inverno em relação ao padrão de similaridade entre os diferentes locais de coleta baseado nas características físico-químicas. Entretanto, esses parâmetros variaram longitudinalmente. Nas zonas inferiores as condições físico-químicas sofreram alterações diárias por causa da influência de marés. Os trechos médio e superior apresentaram essas condições mais estáveis, com algumas características sendo peculiares em cada trecho. Quanto à diversidade e riqueza de espécies, estas foram maiores, geralmente no verão. Uma das causas foi que nesta época houve aumento no volume de água, o que propiciou maior disponibilidade de habitats para serem explorados por novas espécies e por um número maior de indivíduos. A diversidade no Itinguçu foi geralmente maior do que no Teteqüera indicando maior equabilidade entre as espécies do Itinguçu. Ambas comunidades foram formadas principalmente por espécies raras. O modelo de distribuição de espécies seguido durante todo o período de estudo, foi a log série. No inverno houve tendência em seguir a distribuição log normal, indicando um estado mais estável das comunidades neste período. A composição da fauna ao longo dos rios se deu pela adição de novas espécies, principalmente nos trechos superior e médio e por substituição no trecho inferior. A presença de queda d'água nos rios atuou, em parte, como barreira geográfica, impediu a transposição de algumas espécies de peixes para sua parte superior. A análise de estabilidade mostrou que a abundância das espécies que compuseram as comunidades manteve-se moderadamente estável durante o período de estudo em ambos os rios. Os trechos intermediários dos rios apresentaram maior diversidade de espécies, que foi influenciada em parte, pela ordem de drenagem. As zonas inferios (ordem 4) foram as que apresentaram, em média, menores valores de diversidade de espécies. Para a descrição dos fatores influentes na diversidade de espécies dos rios, observamos que o ideal seria o desenvolvimento de vários modelos baseados em diferentes índices de espécies, já que cada um reflete características distintas sobre a comunidade. A dieta da marioria das espécies analisadas foi constituida principalmente por ítens autóctones. Algumas espécies de peixe, entretanto, consumiram sementes e insetos terrestres, indicando a importância das zonas ripárias como fonte de alimento e de energia para a cadeia alimentar nesses ambientes. Baseado nos padrões gerais, quanto às mudanças temporais e espaciais das comunidades de peixes, concluimos que a variação temporal pode estar sendo influenciada principalmente por fatores bióticos enquanto as mudanças ao longo do rio foram rigidas pelas características abióticas locais. Nossas conclusões diferem daquelas encontradas em teorias que explicam a organização de comunidades de rios em zona temperada.
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