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Título: A ictiofauna do rio Trombetas na área de influência da futura usina hidrelétrica de Cachoeira Porteira, Pará
Autor: Ferreira, Efrem Jorge Gondim
Orientador: Junk, Wolfgang J.
Data do documento: 1992
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Resumo: O presente trabalho apresenta os resultados de estudo sobre a ictiofauna (inventário, distribuição e aspectos ecológicos das comunidades e espécies) da bacia do rio Trombetas, entre Oriximiná e o Igarapé-Caxipacoré, dentro da área de influência da futura UHE Cachoeira Porteira, incluindo os rios Trombetas, Cuminá, Mapuera e Cachorro. Foram realizadas seis expedições de coleta entre os anos de 1985 e 1988, sendo três no período de cheia e três na seca, em seis diferentes regiões. Os dados quantitativos foram obtidos utilizando-se uma bateria padronizada com onze malhadeiras, em pescarias de 24 horas. O esforço empregado com este aparelho por região e época foi o mesmo (1.544,97 m²/24 horas). Outros aparelhos e métodos foram utilizados nas capturas, como tarrafa, (redinha, espinhel, puçá, ictiocida (timbó), linha e anzol, entre outros, de modo que o inventário fosse o mais completo possível. No total foram coletadas 342 espécies de peixes, pertencentes a 11 ordens e 43 famílias. Todas as principais famílias de peixes que ocorrem nas águas doces da Amazônia estão presentes no rio Trombetas. Nas pescarias padronizadas foram capturados 10.806 exemplares, com 2.181.735 gramas, correspondendo a 228 espécies, pertencentes a 9 ordens e 30 famílias. Cerca de 49% das espécies encontradas são Characiformes, 42% Siluriformes e 12% Perciformes, correspondendo ao grau de proporcionalidade já observado para outras regiões da Amazônia. A mesma proporcionalidade é encontrada quando comparadas apenas as coletas padronizadas. O rio Trombetas apresenta duas regiões distintas no seu curso, sendo a primeira cachoeira, a cachoeira Porteira, o ponto de divisão. A ictiofauna apresenta distribuição espacial relacionada com esta separação, cerca de um terço das espécies são exclusivas da região de jusante e outro terço ocorre apenas na região de montante. As principais espécies da região de jusante são aquelas comuns à calha do rio Solimões/Amazonas. As cachoeira e corredeiras são importantes barreiras à dispersão das espécies dentro do rio Trombetas, mas as condições ambientais gerais, como forte correnteza, presença de pedras, etc. parecem também influenciar esta distribuição. A maioria das espécies apresenta baixa freqüência, com valores abaixo de 1%. No geral a maior freqüência foi de Hemiodus ocellatus, com 11% do número de exemplares. Hydrolycus scomberoides foi a com maior freqüência em biomassa (13,7%). A captura por unidade de esforço variou entre 0,19 e 1,24 indivíduos/m²/24 horas, e entre 57,25 e 244,31 gramas/m²/24h. 0 Índice de Diversidade variou entre 3,13 e 5,16. As espécies piscívoras foram dominantes em biomassa na maioria das regiões e épocas. Em número e exemplares as espécies onívoras foram dominantes em quatro regiões e épocas, as piscívoras e carnívoras em três, e as herbívoras em uma. Das 228 espécies capturadas nas pescarias padronizadas 57 (22%) eram piscívoras, 81 (31,5%) carnívoras, 32 (12.5%) onívoras, 29 (11,3%) herbívoras e 29 (11,3%) detritívoras. Das espécies que tiveram a alimentação analisada a maioria dependia de alimentos de origem autóctone. Atualmente a ictiofauna do rio Trombetas está em equilíbrio, apresentando grande número de espécies e altos valores de diversidade. A construção de uma represa hidrelétrica nesta região ocasionará forte desequilíbrio nas comunidades ícticas. Várias espécies devem desaparecer da área do lago formado pelo represamento, enquanto outras irão se beneficiar, mas um número menor de espécies estará presente neste novo ambiente.
Aparece nas coleções:Doutorado - BADPI

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