Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/38333
Título: O gás sulfidrico e a respiração de duas espécies de peixes teleósteos, Hoplosternum littorale e Colossoma macropomum: Distribuição, Tolerância e Adaptação
Autor: Affonso, Elizabeth Gusmão
Orientador: Rantin, Francisco Tadeu
Palavras-chave: Gás sulfidrico.
Amazônia.
Colossoma macropomum e Hoplosternum littorale.
Tolerância.
Adaptação
Parâmetros fisiológicos e bioquímicas da respiração.
Data do documento: 2000
Editor: Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Abstract: The main purpose of the present study was to determine the variations of hydrogen sulfide aqueous concentration in the floodplain lake of the Central Amazon during high and low-water level periods and its effect on the fish community. Two species, Colossoma macropomum and Hoplosternum littorale, were selected for this study due to their high tolerance to hydrogen sulfide. This circumstance makes them a model to understand the effect of this toxicant and the respiratory adaptations of fish to it. Hydrogen sulfide is present in high concentrations only during high-water level periods, which is due to the physical and chemical parameters of the water. It was observed that the distribution of fish species in the floodplain lake of the Central Amazon is not related to presence of H2S. The phenomenon of the sharp increase in the fish mortality during the "cooling" period should be due to the limit of a species tolerance for this compound, which may vary inside a family. The limits of temperature tolerance of H. littorale and C. macropomum contributed to understand their distribution within different environments. These species make use of their morphological adaptations to breathe water with high concentrations of H2S and both present metabolic strategies to survive to its toxicity. Both species showed variations in metabolic activity depending on the time of exposure to H2S. It seems that hemolytic anemia in C. macropomum is directly related to the toxic effects of this compound after 48 h of exposure. Anaerobic metabolism of this species is an important mechanism of adaptation to tissue hypoxia caused by H2S. Carbohydrates are a the principal source of energy for this metabolic pathway. The excessive lactate accumulation during anaerobic metabolism may cause animal death fiom asphyxia due to a decrease in blood ,pH. A metabolic depression may be an alternative solution for the survival of this species under high sulfide concentration. In contrast, oxygen transport m H. littorale is altered since the beginning of animal exposition to H2S is a result of hemolytic anemia This alteration is, probably, compensated by an increase of air-breathuig fiequency and metabolic adaptation. This species presents a Werent metabolic pathway in which pyruvate remains as an internediate product. but it is not a result of lactate formation It seems that for both fish species sulfhemoglobin is not a mediator of H2S toxicity.
Resumo: O presente estudo teve como objetivos determinar a variação de gás sulfídrico (H2S) durante os períodos de cheia e seca num lago de várzea da Amazônia Central e seus impactos sobre a comunidade de peixes residentes nesse ambiente. Foram selecionadas duas espécies altamente tolerantes à esse composto, Colossoma macropomum e Hoplosternum littorale, como modelo para entender os efeitos tóxicos e as adaptações respiratórias da exposição ao H2S. Esse composto apresenta grandes concentrações durante o período de cheia e praticamente ausente durante a seca e isso pode estar relacionado com os fatores físicos e químicos da água. Esse trabalho demonstra que, para as espécies de peixes que vivem em lagos de várzea da Amazônia, a presença de H2S não é um fator limitante para sua distribuição. O limite de tolerância ao H2S pode ser a principal causa da mortalidade dos peixes durante a ''friagem" em lagos de várzea, sendo esse uma relação espécie-específica. Os limites de tolerância térmica de H littorale e C. macropomum ajudam a entender a distribuição das mesmas em diferentes habitats. Essas espécies utilizam adaptações morfológicas para a respiração sob efeito do H2S e ambas possuem estratégias metabólicas para sobreviver aos seus efeitos tóxicos. Tais adaptações metabólicas podem variar com o tempo de exposição a esse composto. Em C. macropomum, a anemia hemolítica pode estar diretamente relacionada aos efeitos tóxicos do sulfeto após 48 horas de exposição. O metabolismo anaeróbico nessa espécie é um mecanismo adaptativo importante para enfrentar a hipóxia tecidual provocada pelo H2S e os carboidratos são considerados a principal fonte de energia para essa rota metabólica. O acúmulo de lactato durante a anaerobiose causa uma diminuição de pH no sangue, o qual se inverte após 48 horas de exposição. Em H littorale, o transporte de oxigênio é prejudicado nas primeiras horas de exposição ao H2S, o que resulta em um quadro de anemia hemolítica. Provavelmente essa deficiência é compensada pelo aumento na frequência respiratória aérea e adaptações metabólicas. Essa espécie apresenta urna rota metabólica no qual o produto final não é o lactato, provavelmente uma rota alternativa que, a partir do piruvato, forme outro produto final. Em ambas as espécies, a sulfohemoglobina não deve ser a causa do envenenamento pelo H2S.
Aparece nas coleções:Teses E Dissertações Defendidas Em Outras Instituições

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Elizabeth Gusmão.pdf23,52 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons