Respostas In Situ de plantas de sub-bosque à concentração elevada de CO2 em uma floresta de terra firme na Amazônia Central

Abstract

A Amazônia detêm um grande estoque de carbono e desempenha um papel importante no ciclo do carbono (C), atuando como sumidouro de dióxido de carbono (CO2) e ajudando a mitigar os efeitos do aumento exponencial de CO2 na atmosfera. No entanto, nenhuma planta in situ foi submetida a um experimento de CO2 elevado (eCO2) na Amazônia, restringindo a capacidade dos modelos de vegetação de capturar o efeito do eCO2 à luz das mudanças climáticas. Aqui, pela primeira vez, foram instaladas câmaras de topo aberto (CTAs) no sub-bosque de uma floresta (in situ) na Amazônia Central, para avaliar a resposta das plantas ao aumento iminente de CO2. Após 120 dias de fertilização com CO2, observamos um aumento significativo de 35% nas taxas de assimilação de CO2 (A), 32% na eficiência do uso da água (EUA), 18% na taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax) e 32% no rendimento quântico fotossintético aparente (Փ). Embora não tenha havido diferença estatística na condutância estomática (gs) entre os tratamentos, foi observada uma redução de 6% nas plantas sob e[CO2]. Após 266 dias de fertilização com CO2, os índices biométricos (Diâmetro e Altura) e o fluxo foliar não apresentaram alterações significativas, mas um aumento significativo na área foliar foi observado sob e[CO2]. O sub-bosque da floresta amazônica, apesar de seu ambiente com pouca luz e heterogeneidade vegetal, responde positivamente ao enriquecimento de CO2. É necessário considerar como os possíveis efeitos do e[CO2] podem afetar a floresta amazônica, juntamente com seus serviços ecossistêmicos, e entender cada compartimento e estrato dessa floresta é importante para tentar prever a magnitude desses impactos.

Palavras-chave: Mudanças climáticas, Floresta Tropical, fotossíntese, área foliar, eficiência do uso da água, rendimento quântico fotossintético aparente.