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Título: Análises econômicas e químicas relacionadas à cadeia de valor de Pau-rosa (Aniba spp., Lauraceae)
Autor: Lara, Caroline Schmaedeck
Orientador: Sampaio, Paulo de Tarso Barbosa
Coorientador: Barata, Lauro Euclides Soares
Palavras-chave: Silvicultura
Economia e Produção florestal
Data do documento: 10-Mai-2024
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Resumo: Pau-rosa são árvores da família Lauraceae, que ocorrem na Amazônia, superexploradas no século passado para extração de óleo essencial aromático. Atualmente, há um rígido controle internacional ao comércio irregular devido à ameaça de extinção e no Brasil só é possível explorar árvores plantadas, mediante autorização dos órgãos ambientais. A valorização do produto tem estimulado o cultivo da espécie, mas diversos fatores dificultam o desenvolvimento da cadeia produtiva e a conservação dessa planta. As principais limitações referem-se à baixa disponibilidade de sementes e mudas no mercado, a burocracia institucional e legislação defasada que dificultam a regularização da exploração sustentável dos cultivos, principalmente para os agricultores familiares. Além disso, a silvicultura de pau-rosa é ainda incipiente, o que está relacionada à própria limitação de conhecimento biológico e químico sobre essa planta, fundamentais para o aprimoramento de técnicas de cultivo e exploração sustentáveis. Nesta pesquisa, monitoramos o comércio dos principais produtos de pau-rosa: sementes, mudas, biomassa e óleo essencial, e identificamos problemas e possíveis estratégias para desenvolvimento da cadeia produtiva, junto a produtores rurais, empresários, analistas de órgãos ambientais, técnicos, extensionistas e pesquisadores. Além disso, analisamos a variação da composição volátil em árvores plantadas e em populações naturais, relacionando a variabilidade química a diversos fatores, como: idade da árvore, órgão da planta, localização geográfica e morfotipos reconhecidos como pau-rosa. Com objetivo de simplificar o processo de obtenção dos dados químicos, testamos a técnica de headspace em conjunto com a cromatografia gasosa acoplada a um detector de massas (HS-GC-MS) para identificar os compostos voláteis presentes na matéria vegetal. Comparamos estes resultados aos obtidos com a análise tradicional por cromatografia gasosa acoplada a um detector de massas (CG-MS) de óleos essenciais obtidos por hidrodestilação. Em relação à cadeia de valor, verificamos que em 2019 apenas três empreendedores comercializavam mudas da espécie no mercado formal, com média de produção de 20 mil mudas por ano e preços de venda entre R$ 10,00 e R$ 15,00, por unidade. Ao monitorar a cadeia produtiva por mais cinco anos, identificamos 12 fornecedores de sementes e 24 fornecedores de mudas, a maioria comercializando pequenas quantidades no mercado informal. Além disso, registramos que 104 pequenos agricultores possuem cultivos que totalizam mais de 9 mil árvores registradas em inventários florestais, dos quais apenas 36 possuíam autorização para explorar biomassa até 2023. Apenas duas empresas possuem autorização para exportar óleo essencial de pau-rosa e são autossuficientes na produção de biomassa, dispondo de um total de mais de 40 mil árvores plantadas. Na última década, a exportação média foi equivalente a 2 toneladas de óleo essencial por ano, com valor atual de USD 331.56 Kg-1. Com as 9 análises químicas realizadas em um cultivo comercial, avaliamos que o uso da técnica por headspace do material vegetal é eficaz para prever a presença dos principais compostos de interesse, embora apresente diferenças nas proporções relativas dos compostos orgânicos voláteis quando comparada à hidrodestilação. Verificamos ainda que a composição dos voláteis não difere de forma significativa entre folhas e galhos de árvores plantadas, mas varia significativamente de acordo com a idade do cultivo, destacando uma maior presença de óxidos de linalol em plantas mais antigas, e um teor superior de linalol em folhas e galhos de árvores mais jovens. Ao analisar a composição volátil da madeira, folhas e galhos de cinco morfotipos de pau-rosa em seis populações da Amazônia Central, observamos distinções significativas em um morfotipo em relação aos demais e entre algumas populações. Em contraponto ao resultado obtido nas análises de um cultivo comercial, constatamos diferenças na composição volátil entre folhas, galhos e madeira das árvores estudadas nas diferentes populações. Em relação às análises econômicas, observamos um mercado em evolução, com aumento da oferta de sementes e mudas e crescimento dos cultivos com fins comerciais. No entanto, muitos desafios persistem, especialmente no que diz respeito à formalização e legalização das atividades produtivas e à garantia da qualidade do óleo essencial produzido. Dessa forma, abordagens integradas que combinam pesquisa científica, capacitação e políticas públicas são essenciais para promover uma produção sustentável e a conservação desse recurso. Com as análises químicas, constatamos que diversos fatores estão relacionados de forma complexa à composição volátil nas plantas estudadas, reforçando a importância de abordagens integradas que poderão contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes na produção de óleo essencial de alta qualidade.
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