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Título: Modelagem do desmatamento no noroeste mato-grossense
Autor: Ferreira, Daniel Assumpção Costa
Orientador: Carneiro Filho, Arnaldo
Coorientador: Soares Filho, Britaldo Silveira
Palavras-chave: spatial modelling
land use and land cover change
Amazon
Colniza
modelagem espacial
mudança de uso e cobertura da terra
Amazônia
Colniza
Data do documento: 20-Jun-2006
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Abstract: The Amazon has the largest tropical rain forest in the world, containing the largest proportion of natural forest and one fifth of the world´s fresh water sources. Approximately 700.000 km2, or 17% of the Brazilian part of the Amazon, had been already deforested by 2005. Most of this deforestation is concentrated at the deforestation arc , region that comprised the southern and southwestern parties of the state of Pará, the northern part of the state of Mato-Grosso and the central part of the state of Rondônia. Among these states, Mato Grosso deserves special attention, because over the last 10 years, this state was responsible for at least 35% of the deforestation reported annually by the Brazilian National Institute of Spatial Research (INPE - PRODES). In 2004 this level rose to 48%. Although, historically, livestock was considered to be the main vector of deforestation, occupying approximately 75% of the total deforested area in the Amazon today, in the state of Mato-Gosso the expansion of soybean cultivation has recently gained importance. The considerable rise of the deforestation rates in this state, between 2000 and 2004, coincide with the entrance of the soybean crop in the Amazon biome. Although this crop is mainly grown in former pasture areas, it forces the livestock production to shift to new frontier areas and clear pristine forest. Considering the facts above, the aim of this study was to analyze the present spatiotemporal dynamics of the deforestation in Mato-Grosso state and to predict the spatial configuration of the residual forest up to the year 2020. For the simulation of scenarios we used a spatial explicit model, called DINAMICA, based on cellular automata. We simulated 3 distinct scenarios at two different spatial scales: (1) the central north and northwest region of Mato Grosso state, (2) Colniza -MT county. At both scales the simulated scenarios were: (1) Business as usual based on the annual deforestation rate reported for the period 2000 - 2004, (2) intermediary based on the deforestation rate registered between 2004-2005, when the deforestation rate decreased by approximately 50%, and (3) optimistic based on the Brazilian Forest Code that requires maintenanced the legal reserve status in 80% of private properties under forest. However, on a regional scale this percentage was reduced to a more realistic level of 50%, because 32% of the forest over these areas had been already deforested by 2004. On a regional scale, among the 3 simulated scenarios up to 2020, only the optimistic scenario would maintain a forest matrix with reasonable connectivity among the forest fragments. If we maintain the deforestation rates observed in the usual and intermediary scenarios, in 2020 we will have respectively 69.3% and 55% of the total area deforested with the residual forest being limited to the protected areas and some portions on the extreme northwest of the region. With the projections made for Colniza- MT county, of the 90% forest cover in 2004, deforestation at the present rate will reduce this amount to approximately 70% in 2020. If actually implemented, the 80% legal reserve policy imposed by the Brazillian Forest Code will be of great value for maintain future quality of life, including ecological, social and economic values in this county.
Resumo: A Amazônia é o maior bioma de floresta tropical do mundo, contendo a maior porção remanescente de floresta tropical e um quinto da água fresca do mundo. Em termos ambientais, 700.000 km2, ou 17% da cobertura florestal da Amazônia brasileira foram desmatados até 2005. A maior parte deste desmatamento esta concentrada no arco do desmatamento , região que abrange a porção sul e sudeste do Pará, todo o norte matogrossense e a região central de Rondônia. Dentre estes estados o Mato Grosso merece atenção especial; nos últimos 10 anos o estado foi responsável por no mínimo 35% do desmatamento registrado anualmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. No ano de 2004 este patamar elevou-se para 48%. Se historicamente a pecuária de corte é tida como o principal indutor do desmatamento, ocupando hoje aproximadamente 75 % da área total desmatada na Amazônia, no Mato Grosso a expansão dos campos de soja tem ganhado importância neste cenário. O aumento considerável das taxas de desmatamento no estado no período 2000-2004 coincide com a chegada da soja no bioma Amazônico. Embora esta cultura venha se estabelecendo primordialmente em áreas de pastagem, ela obriga a pecuária a se deslocar para regiões de fronteira à procura de novas áreas a serem abertas. Em vista do exposto acima este trabalho teve como objetivo caracterizar a atual dinâmica do desmatamento no Mato Grosso e fazer projeções futuras sobre a configuração espacial dos remanescentes florestais na região de estudo. Para realizar tais projeções utilizamos um modelo espacialmente explícito baseado em autômatos celulares denominado DINAMICA. Através do DINAMICA simulamos três cenários distintos em duas escalas de abordagem: (1) todo o centro norte e noroeste mato-grossense, (2) o município de Colniza-MT. Nas duas escalas de abordagem os cenários modelados foram: (1) usual - baseado na taxa anual de desmatamento registrada no período 2000-2004, (2) intermediário - baseado na taxa de desmatamento registrada entre 2004-2005, onde houve uma redução de aproximadamente 50% na taxa de desmatamento, (3) otimista - baseado em parte do Código Florestal brasileiro que estabelece reserva legal de 80% em propriedades de sobre domínio florestal, entretanto para escala regional este percentual foi reduzido a 50% pelo fato de que 32% das florestas já haviam sido desmatadas no ano de 2004. Na escala regional, dentre os 3 cenários modelados para o ano de 2020, somente o cenário otimista manteria a matriz de estudo predominantemente florestal com uma razoável conexão entre os fragmentos florestais. Caso mantivermos as taxas de desmatamento observadas nos cenários usual e intermediário, chegaremos ao ano de 2020 com respectivamente 69,3% e 55% da área total desmatada, ficando os remanescentes florestais limitados às unidades de conservação, terras indígenas e ao extremo noroeste do estado. As projeções feitas isoladamente para Colniza mostram embora o município ainda tenha mais de 90% de suas terras cobertas por floresta, o ritmo atual de desmatamento reduziria este patamar até 2020 para aproximadamente 70% e que o respeito à reserva legal de 80% seria de grande valia para a manutenção da qualidade ambiental do município.
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