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Título: Padrões e tendências de 30 anos de floração em espécies arbóreas de terra firme na Amazônia Central
Autor: Aleixo, Izabela Fonseca
Orientador: Barbosa, Antenor Pereira
Coorientador: Norris, Darren
Palavras-chave: Árvores tropicais
Fenologia de floração
Mudanças climáticas
Data do documento: 4-Ago-2014
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Abstract: Currently, much scientific effort is directed to understand the implications of global climate change on the behavior of trees over time. Understanding how the reproductive patterns of tropical tree species are related to climatic factors may be crucial for predicting future changes in tropical forests. It has been shown that flowering in tropical forests varies with species, location and climate variables. However, no previous study has quantified long-term (decadal) effects on flowering phenology in multiple tropical species between different sites. Here we quantify the relative contribution of location and climatic variables in explaining 30 years of flowering phenology in nine neotropical tree species. Flowering was recorded monthly in two sites (5 individuals per site) during the years 1982-2011. The determinants of flowering patterns were examined in two temporal scales - annual (month of first flowering and duration) and monthly (occurrence of flowering). Cross-correlations were used to understand the associations between timing of annual and monthly flowering and seven climatic variables (temperature, rainfall, humidity, Southern Oscillation Index (SOI), SOI anomaly, North Atlantic Tropical and Sea Surface Temperature). Generalized additive models were used to describe and explain patterns in flowering phenology of the nine species (Aniba canelilla (H. B. K.) Mez.; Cariniana micrantha Ducke.; Dinizia excelsa Ducke.; Dipteryx odorata (AUBL.) Willd.; Goupia glabra Aubl.; Hevea guianensis Aubl.; Jacaranda copaia (AUBL) D. Don.; Minquartia guianensis Aubl. e Parkia pendula (Willd.) Benth) in response to location and climatic variables. The phenological parameters varied significantly between species. There was seasonal variation in flowering time in all species. The monthly phenological parameter (occurrence of flowering) was correlated with climate for most species when compared to the annual parameters (month of first flowering and duration). The phenologies of only one species (Dinizia excelsa) were not significantly associated with any climate variable. When the additive effects of location and climate were considered, climate had no influence on annual or monthly flowering in members of the family Bignoniaceae (Jacaranda copaia), Fabaceae (Dinizia excelsa), Lauraceae (Aniba canelilla) and Olacaceae (Minquartia guianensis). The diferences between sites proved to have greater influence on species flowering. In general, individuals in RD showed a greater occurrence flowering, which started earlier and lasted longer than in EEST. Most species showed annual flowering with an intermediate duration. The flowering peak occurred between the months of June to October (dry season). There were changes in flowering over the 30 years examined, but climatic variations influenced only weakly the flowering of some species. Over 30 years there was a tendency of Hevea guianensis start blooming later and increase the duration of flowering, in Dipteryx odorata first flowering tended to occur sooner and the duration of Parkia pendula increased. A detailed understanding and long-term phenology of species was important to allow for a robust assessment of climate change impacts and should be done in a larger number of species.
Resumo: Atualmente, muito esforço científico é direcionado para entender como os padrões fenológicos das espécies estão relacionados aos fatores climáticos. Essas informações são essenciais no monitoramento das florestas tropicais e implicações das mudanças climáticas globais no comportamento das espécies ao longo do tempo. A floração de espécies arbóreas em florestas tropicais varia de acordo com a localização e as variações climáticas. No entanto, nenhum estudo anterior quantifica os efeitos de longo prazo (décadas) em diferentes locais e para diferentes espécies. No presente trabalho foi quantificada a contribuição relativa da localização e variáveis climáticas para explicar 30 anos de floração em nove espécies de árvores nativas da Amazônia, Aniba canelilla (H. B. K.) Mez.; Cariniana micrantha Ducke.; Dinizia excelsa Ducke.; Dipteryx odorata (AUBL.) Willd.; Goupia glabra Aubl.; Hevea guianensis Aubl.; Jacaranda copaia (AUBL) D. Don.; Minquartia guianensis Aubl. e Parkia pendula (Willd.) Benth. Foram observados 10 indivíduos por espécie. A floração foi registrada mensalmente entre os anos 1982 a 2011 na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RD) e na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Os determinantes da floração foram examinados em escalas anuais e mensais. Os parâmetros fenológicos de floração - ocorrência mensal, mês de primeira floração e duração foram comparados entre locais de estudo (5 indivíduos por área). Foram usadas correlações cruzadas para compreender as associações entre a época de floração e variáveis climáticas (temperatura, precipitação, umidade, Índice de Oscilação Sul (IOS) e Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) em pontos do Pacífico e Atlântico Tropical). Modelos aditivos generalizados foram utilizados para descrever e explicar os padrões de floração, que variaram significativamente entre as espécies. Houve uma variação sazonal na época de ocorrência de floração em todas as espécies estudadas. A maioria das espécies apresentou floração anual com 3 meses de duração. O pico de floração aconteceu entre os meses de junho a outubro, que correspondeu aos menores valores de precipitação. A ocorrência de floração foi correlacionada com o clima no maior número de espécies quando comparado ao mês de primeira floração e duração. Apenas a espécie D. excelsa não associou de forma significativa com nenhuma variável climática em nenhum parâmetro fenológico. Quando os efeitos de localização e clima foram considerados, o clima não teve influência sobre a duração e época de floração de membros da família Bignoniaceae (J. copaia), Fabaceae (D. excelsa), Lauraceae (A. canelilla) e Olacaceae (M. guianensis). A localização mostrou maior influência sobre a floração das espécies que o clima. Em geral, indivíduos da RD apresentaram maior ocorrência de floração, que começa mais cedo e dura mais tempo que na EEST. Houve variações na floração de todas as espécies ao longo dos 30 anos de estudo, porém as variáveis climáticas influenciaram apenas fracamente a floração de algumas espécies estudadas. Ao longo de 30 anos houve tendência de H. guianensis começar a florescer mais tarde e aumentar a duração do período com flores, em D. odorata houve tendência para a primeira floração acontecer mais cedo e em P. pendula para aumentar a duração. Uma compreensão detalhada e de longo prazo da fenologia de espécies foi importante para permitir uma avaliação robusta de impactos das mudanças climáticas e deve ser feito em um maior número de espécies.
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