Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5091
Título: Dinâmica do desmatamento em uma nova fronteira do sul do Amazonas: uma análise da pecuária de corte no município do Apuí
Autor: Razera, Allan
Orientador: Fearnside, Philip Martin
Palavras-chave: Desmatamento
Pecuária
Amazonas
Data do documento: 17-Ago-2005
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Abstract: The maintenance of the Amazon forest areas coming up in the few economically viable options for land use without clearcutting, and lack of resources for supervision and monitoring. This has provided annual deforestation rates that assume frightening and increasing levels, especially in recent years. The research related to the deforestation of the Amazon have indicated that the most important cause of forest removal is the expansion of pastures, particularly targeted by large farms. Recent studies point to the economic viability of ranching as expansion engine on forests. However, different opinions and research findings related to the productivity of livestock activity in the Brazilian Amazon not allow you to have a concrete definition and consensual regarding the economic viability of the activity, especially when we look at the diversity of situations and conditions in the Amazon. As a result, this study sought to analyze the economics of beef cattle in a new frontier of deforestation, municipal Apuí in southern Amazonas. The analysis was conducted through questionnaires and field observations. They were conducted 31 interviews with producers divided into large (> 1000 ha), medium (101-1000 ha) and small (≤100 ha). From the information from the interviews were compiled in Excel spreadsheets evolution herd and economic analysis (NPV and IRR). They were proposed scenarios sale, partial sale and no sale of timber on the property, associated with whether or not the land prices in the buying and selling of property. The scenarios include land prices were separated in annual growth rates of land 10% of the price, 20% and 30%, seeking to reflect an economic situation not too jarring of which Brazil is currently undergoing, ie moderate growth the good. Also it has built a "current scenario" where demand is, from the data of annual change in the price of forest and pasture land, from 2002 to 2005, get the real rates of evolution of land prices. According to results the profitability of livestock activity in Apuí the municipality is low. In scenarios 1, 2 and 3, which are not incorporated into the pricing and sale of land, internal rates of return were low and even negative. In these scenarios, when considering the sale of timber (scenario 1), internal rates of return were 1.52%, 0.63% and 0.6%, for medium small and large, respectively. When accounted for the partial sale of timber (scenario 2), the rates were 0.38%, -1.22% and -2.44%, and when it was considered the calculation without the sale of timber (scenario 3), the rates were -0.76%, -2.98% and -4.19% for small, medium and large respectively, ie extremely low, accusing the economic infeasibility of activity as an alternative investment. With the inclusion of the land price and annual rate of increase in its price by 10%, and the sale of timber inserted in the calculation (scenario 4), internal rates of return found for small, medium and large farms were 4, 37%, 3.89% and 2.55%, respectively. When we considered the partial sale of timber (scenario 5) these rates were 3.45%, 2.34% and 1.19%, and in the case without the sale of timber (scenario 6), even with an annual growth the price of land 10%, the internal rates of return calculated were 2.53%, 1.00% and -0.11% for small, medium and large landowners, respectively. Considering the rate of 20% annual growth in land prices, the internal rates of return were for small, medium and large landowners, with timber sales (scenario 7) of 7.27%, 7.10% and 6 51%; with wood partial sale (scenario 8) of 6.45%, 5.66% and 5.26%; and without the sale of timber (scenario 9) of 5.63%, 4.41% and 4.06%. In these scenarios the activity is beginning to show viability, especially when considering the returns from the sale of wood. And the analysis with annual land price growth rates of 30%, the internal rates of return for small, medium and large landowners, were 11.23%, 11.41% and 11.56%, respectively, with sales Wood (scenario 10); of 10.52%, 10.10% and 10.41% with partial sale of timber (scenario 11); and 9.81%, 8.92% and 9.31% without the sale of timber (scenario 12). In the analysis of the "current environment", the average annual percentage changes in the price of forest land stood at 24.94%, while for the pastures stood at 11.71%. Based on the calculated actual rates, and also considering that there is no timber sales, a situation that happens in most Apuí properties, the IRR for small, medium and large landowners stood at 3.27%, 1.90% and 2, 78%, respectively. Analyzing the results we conclude that in case of Apuí, a new frontier, only with the expectation the land price growth (forest and pasture) at the same rate or higher than 20% a year, the internal rates of return of livestock They begin to be attractive, above 5%. This expected increase in land prices, motivating the growing occupation in the region, can be understood as land speculation!
Resumo: A manutenção das áreas de floresta da Amazônia esbarra nas poucas opções economicamente viáveis para a utilização das terras sem o corte raso, e na falta de recursos para a fiscalização e monitoramento. Isso tem proporcionado taxas anuais de desmatamento que assumem níveis assustadores e crescentes, principalmente nos últimos anos. As pesquisas relacionadas ao desmatamento da Amazônia têm indicado que a mais importante causa da retirada da floresta é a expansão de pastagens, particularmente dirigidas pelas grandes propriedades. Trabalhos recentes apontam para a viabilidade econômica da pecuária como motor de expansão sobre as florestas. Entretanto, as diferentes opiniões e resultados de pesquisas relacionadas à produtividade da atividade de pecuária na Amazônia brasileira não permitem que se tenha uma definição concreta e consensuada a respeito da viabilidade econômica da atividade, principalmente quando analisamos a diversidade de situações e condições existentes na Amazônia. Em vista disso, esse trabalho buscou analisar a economia da pecuária de corte em uma nova fronteira de desmatamento, o município do Apuí, no sul do Amazonas. A análise foi realizada por meio da aplicação de questionários e observações de campo. Foram realizadas 31 entrevistas com produtores divididos em grandes (>1000 ha), médios (101 a 1000 ha) e pequenos (≤100 ha). A partir das informações das entrevistas foram elaboradas planilhas em Excel de evolução de rebanho e análise econômica (VPL e TIR). Foram propostos cenários com venda, venda parcial e sem venda de madeira na propriedade, associados à inclusão ou não dos preços de terra na compra e venda da propriedade. Os cenários com inclusão de preços de terra foram separados em taxas anuais de crescimento do preço da terra de 10%, 20% e 30%, procurando refletir uma situação econômica não muito destoante da que o Brasil passa atualmente, ou seja, de crescimento moderado a bom. Foi construído também um “cenário atual” onde procura-se, a partir dos dados de evolução anual do preço das terra de mata e pastagem, de 2002 a 2005, obter as taxas reais de evolução do preço da terra. De acordo com resultados obtidos a rentabilidade da atividade de pecuária no município do Apuí é baixa. Nos cenários 1, 2 e 3, onde não são incorporados os preços de compra e venda da terra, as taxas internas de retorno foram baixas e até negativas. Nestes cenários, quando considerada a venda da madeira (cenário 1), as taxas internas de retorno foram de 1,52%, 0,63% e -0,6%, para pequenos médios e grandes, respectivamente. Quando contabilizada a venda parcial da madeira (cenário 2), a taxas foram de 0,38%, -1,22% e -2,44%, e quando foi considerado o cálculo sem a venda da madeira (cenário 3), as taxas foram de -0,76%, -2,98% e -4,19%, para pequenos, médios e grandes respectivamente, ou seja, extremamente baixas, acusando a inviabilidade econômica da atividade como alternativa de investimento. Com a inclusão do preço da terra e taxa de aumento anual em seu preço de 10%, e com a venda de madeira inserida no cálculo (cenário 4), as taxas internas de retorno encontradas para pequenas, médias e grandes propriedades foram de 4,37%, 3,89% e 2,55%, respectivamente. Quando considerou-se a venda parcial de madeira (cenário 5) essas taxas foram de 3,45%, 2,34% e 1,19%, e no caso sem a venda de madeira (cenário 6), ainda com um crescimento anual no preço das terras de 10%, as taxas internas de retorno calculadas foram de 2,53%, 1,00% e -0,11% para pequenos, médios e grandes proprietários, respectivamente. Considerando a taxa de 20% de crescimento anual nos preços da terra, as taxas internas de retorno foram para pequenos, médios e grandes proprietários, com venda de madeira (cenário 7), de 7,27%, 7,10% e 6,51%; com venda parcial de madeira (cenário 8) de 6,45%, 5,66% e 5,26%; e sem a venda da madeira (cenário 9) de 5,63%, 4,41% e 4,06%. Nestes cenários a atividade já começa a apresentar viabilidade, especialmente quando se consideram os retornos oriundos da venda da madeira. E nas análises com taxas de crescimento de preço de terra anual de 30%, as taxas internas de retorno para pequenos, médios e grandes proprietários, foram de 11,23%, 11,41% e 11,56%, respectivamente, com venda de madeira (cenário 10); de 10,52%, 10,10% e 10,41% com venda parcial de madeira (cenário 11); e 9,81%, 8,92% e 9,31% sem a venda de madeira (cenário 12). Na análise do “cenário atual”, o percentual médio anual de evolução do preço das terras de mata ficou em 24,94%, enquanto que para as pastagens ficou em 11,71%. Com base nas taxas reais calculadas, e considerando também que não há venda de madeira, situação que acontece na maioria das propriedades do Apuí, a TIR para pequenos, médios e grandes proprietários ficou em 3,27%, 1,90% e 2,78%, respectivamente. Analisando os resultados é possível concluir que para o caso do Apuí, uma nova fronteira, somente com a expectativa no crescimento do preço da terra (mata e pastagem) em taxas iguais ou superiores a 20% ao ano, as taxas internas de retorno da pecuária começam a ficar atrativas, acima de 5%. Essa expectativa de aumento nos preços da terra, motivadora da crescente ocupação na região, pode ser entendida como especulação de terras!
Aparece nas coleções:Mestrado - CFT

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Allan_Razera.pdf4,07 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons