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Title: Dinâmica espacial da assembleia de mamíferos de médio e grande portes em ambiente de várzea e terra firme na Amazônia Central
Authors: Alvarenga , Guilherme Costa
metadata.dc.contributor.advisor: Bobrowiec, Paulo Estéfano Dineli
Keywords: Mamíferos
Várzea
Ecologia
Issue Date: 16-May-2017
Publisher: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
metadata.dc.publisher.program: Ecologia
Abstract: Studies that try to understand how mammals use the space are extremely important to improve conservation decisions. Despite the high knowledge of mammals in the Amazon forest, little is known about this group in the varzea forests. These forests are located in the lowland inundated regions of the Amazon basin, and are seasonally inundated by white-water rivers. Varzea forests were, and still are, intensively used by humans, because of the easy access and the high fertility of it soils. Beyond that, climatic changes and the actual Brazilian politics, which encourages constructions of hydroelectric plants, are direct threats to the varzea and the animals that live there. The goal of this study is understand how variations on the vegetation influence the distribution of medium and large-sized mammals in the varzea forest. For this, we executed two consecutive years of camera traps surveys during dry season in Sustainable Development Reserves Amanã and Mamirauá, Central Amazonia. Specifically, we compared the community composition of mammals between an upland forest (Amanã) and a varzea forest (Mamirauá), and we tested the response of mammal’s species to the vegetation variation in the varzea forest. The sampling grid in each reserve consisted of up to 50 baited camera trap stations and an overall sampling effort of 4075 camera trap*days. We used a pre-exist landscape mapping of Mamirauá Reserve and from it we calculated the area (km2) of the habitats inside two different scales (500 m and 1000 m) around each camera trap station. The comparison between the mammal species of upland and varzea was made with an ordination by NMDS of two dimensions and after that a Similarity Analysis (ANOSIM), both using Bray-Curtis indice. To test the influence of the varzea vegetation’s in the mammal distribution we used Generalized Linear Models (GLM) and, for the species with too many zeros, Zero- Inflated Models (ZIP/ZINB) or Hurdle Models (ZAP/ZANB). During the study, we recorded 21 medium and large-sized mammal species of 3443 records. Among this species, seven are classified as ‘vulnerable’ globally or in Brazil. As expected the community composition of mammals were different between upland and varzea forest. At the varzea we recorded only six species, while upland recorded 20 species. The mammal’s community of várzea forest presented a hierarchical subgroup pattern of the upland community, and all the species registered in the várzea have semi-arboreal habits. Tree species recorded in varzea forest were more represented there than in upland forest, which could be related with biggest populations at this region. The varzea vegetation’s were related with almost all species distributions, the exception was Leopardus wiedii. The total number of records and the composition of species were influenced by the habitat chavascal, such there were fewer records with chavascal area increase. At the same way, Didelphis marsupialis e Nasua nasua avoided areas of chavascal. N. nasua avoided too the open fields of herbaceous vegetation. The specie Coendou prehensilis was positively influenced by constant water habitats and high varzea forest, while Panthera onca avoided high varzea forest.
metadata.dc.description.resumo: Entender o uso do espaço por mamíferos é extremamente importante para tomada de decisões eficazes para conservação. Na Amazônia, apesar deste grupo ser intensamente estudado, pouco se sabe sobre sua relação com as florestas de várzea. As florestas de várzea estão restritas às planícies inundáveis nas calhas dos grandes rios de água branca. Essas florestas foram, e ainda são, intensamente utilizadas pelo homem, devido ao fácil acesso e aos solos férteis. Além disso, as mudanças climáticas e as políticas de incentivo à produção energética via barragens hidrelétricas são ameaças diretas às florestas inundáveis e à fauna associada. Com intuito de melhor entender a distribuição das espécies de mamíferos de médio e grande portes na várzea, executamos dois anos consecutivos de amostragem durante a estação seca nas RDS’s Amanã e Mamirauá, Amazônia Central. Comparamos a comunidade das espécies de mamíferos entre terra firme (RDSA) e várzea (RDSM), e testamos a influência das fitofisionomias da várzea na distribuição das espécies de mamíferos lá registradas. A grade de amostragem em cada RDS consistiu de 50 estações com um par de armadilhas fotográficas iscadas. O esforço de campo total foi de 4075 armadilhas fotográficas*dia. A partir do mapeamento espacial pré-existente da RDSM nós determinamos duas escalas de buffer com raio de 500 m e 1000 m ao redor das estações fotográficas e mensuramos a área ocupada (km2) por cada classe de habitat. Para comparação entre as comunidades de mamíferos da terra firme e da várzea usamos uma ordenação por NMDS de duas dimensões e em seguida uma Análise de Similaridade (ANOSIM), ambos baseados no índice de similaridade de Bray- Curtis. Para testar a influência das fitofisionomias da várzea na distribuição dos mamíferos usamos Modelos Lineares Generalizados (GLM) e, para espécies com excesso de zeros, modelos de Zeros-Inflados (ZIP/ZINB) e modelos de Obstáculo (ZAP/ZANB). Nós registramos 21 espécies de mamíferos de médio e grande portes de um total de 3443 registros. Dentre as espécies registradas, sete são classificadas como ‘vulneráveis’ globalmente ou em listas do Brasil. Como esperado as comunidades de mamíferos foram dissimilares entre várzea e terra firme. Na várzea foram registradas apenas seis espécies, enquanto na terra firme foram 20 espécies. A comunidade de mamíferos da floresta de várzea apresentou um padrão de subgrupo hierárquico da comunidade da terra firme, sendo que todas as espécies registradas na várzea possuem hábitos semi-arborícolas. Das cinco espécies compartilhas entre os dois ambientes, três espécies foram registradas com maior frequência na várzea, o que pode estar relacionado com maiores populações nesses ambientes. As fitofisionomias da várzea influenciaram a distribuição de todos os mamíferos testados, com exceção de Leopardus wiedii. O número total de registros e a composição das espécies foram influenciados pelo chavascal, sendo que houveram menos registros com aumento da área de chavascal. Do mesmo modo, Didelphis marsupialis e Nasua nasua também evitaram o chavascal. N. nasua também foi menos registrada nos campos abertos de vegetação herbácea. A espécie Coendou prehensilis teve relação positiva com os habitats água constante e várzea alta, enquanto Panthera onca evitou a várzea alta. Este é o primeiro estudo de comunidade de mamíferos com foco em ambientes de várzea, portanto novos estudos são necessários para se entender os padrões em outras regiões de várzea, o que auxiliará diretamente no direcionamento de ações conservacionistas.
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