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Title: Efeitos de substâncias psicoativas sobre as descargas do órgão elétrico de Gymnotiformes Amazônicos
Authors: Jesus, Isac Silva de
metadata.dc.contributor.advisor: Gomes, José Antônio Alves
metadata.dc.contributor.co-advisor: Feldberg, Eliana
Keywords: Peixe elétrico
Nicotina
Gymnotiformes
Issue Date: 26-Sep-2017
Publisher: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
metadata.dc.publisher.program: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva - GCBEv
metadata.dc.description.resumo: A Ordem Gymnotiformes é composta por um grupo de peixes que tem, dentre as características principais, a capacidade de gerar e detectar gradientes elétricos no ambiente onde vivem. Este grupo tem distribuição neotropical e utiliza o sistema eletrogênico e eletrossensório (SEE) para explorar seu habitat, por meio da eletrolocalização ativa, bem como para comunicar-se com outros peixes elétricos. Tanto a detecção quanto a geração de sinais elétricos requerem um aparato neural que utiliza receptores e neurotransmissores comuns aos encontrados no sistema nervoso central de outros vertebrados, inclusive no homem. Podemos discriminar as espécies da ordem Gymnotiformes em dois grandes grupos, a partir do tipo de órgão elétrico (OE) que possuem: espécies com órgão elétrico com origem celular muscular (miogênica) e espécies com órgão elétrico de origem celular neural (neurogênica). A presente tese se almejou caracterizar as modulações das descargas do órgão elétrico (DOEs) de representantes desses dois grandes grupos de Gymnotiformes expostos a diferentes concentrações de fármacos que agem no sistema nervoso central, a saber: diazepam, doxapram e nicotina. Utilizamos como modelos animais peixes da espécie Microsternarchus sp. (OE miogênico) e das espécies Parapteronotus hasemani e Apteronotus bonapartii (OE neurogênico). Foram analisados 10 parâmetros temporais e biofísicos extraídos das DOEs geradas antes e depois da administração das drogas. Os dados foram analisados através de teste estatístico multiparamétrico, Nested ANOVA (Analysis of Variance), quando necessário comparar os grupos levando em consideração todos os parâmetros obtidos das DOEs; e uniparamétrico (ANOVA), quando necessário estudar diferenças pontuais de cada variável. Observamos que nem todos os parâmetros matemáticos extraídos das DOEs foram informativos para avaliar as respostas dos peixes aos fármacos. As variáveis mais informativas foram a taxa média de repetição (mean rate) e a duração total da DOE (EOD duration), que são inversamente roporcionais, para todas as espécies estudadas. Os peixes responderam às drogas de modo distinto do esperado. Sob efeito do diazepam, um depressor da atividade do SNC, os Gymnotiformes diminuíram a sua taxa de repetição. Contudo, sob efeito do doxapram, um estimulante da atividade do SNC, os peixes estudados apresentaram o mesmo tipo de resposta, assim como aqueles sob efeito da nicotina, que pode atuar deprimindo ou estimulando a atividade do SNC. Esses achados levaram a considerações relacionadas aos possíveis efeitos do estresse, e hormônios corsticosteróides a ele relacionados, que podem ter tido seus efeitos potencializados pela ação dos fármacos em estudo. A respeito do uso de Gymnotiformes em bioensaios com substâncias psicoativas, concluímos que essas substâncias alteraram o comportamento elétrico dos peixes, mas não foi possível evidenciar se tais mudanças corresponderam à ação dessas substâncias em estruturas do sistema nervoso central ou se resultaram de uma atividade local no órgão elétrico, ou ainda se decorreram de uma ação integrada em mais de um sistema orgânico. Algumas espécies peixes da Ordem Gymnotiformes, como Microsternarchus cf. bilineatus, possuem características que as tornam bons modelos para estudos no campo da farmacologia, como a facilidade de obtenção de espécimes, possibilidade de manutenção de grande número de indivíduos em instalações relativamente simples, são tolerantes ao manuseio e produzem dados comportamentais significativos com experimentos pouco invasivos. Entretanto, outras espécies do grupo não possuem essas mesmas características, como Apteronotus bonapartii e Parapteronotus hasemani. Os Gymnotiformes, apresentam um gargalo no tocante à dificuldade de reprodução em cativeiro, impedindo a criação de linhagens mais homogêneas do ponto de vista genético. Isso se torna ainda mais problemático, quando se considera a diversidade genética subestimada em diversas espécies da Ordem e a possibilidade de convívio simpátrico de linhagens ou espécies distintas, porém morfologicamente idênticas.
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