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Título: Sucessão florestal em área atingida por tempestade convectiva na região de Manaus, Amazônia Central
Autor: Marra, Daniel Magnabosco
Orientador: Santos, Joaquim dos
Coorientador: Higuchi, Niro
Palavras-chave: Degradação florestal
Sucessão florestal
Distúrbios naturais
Data do documento: 13-Abr-2010
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Abstract: Forest succession in a convective windstorm damage area in Manaus region, Central Amazon - Natural disturbances are key processes for landscape formation and transformation. Yet, the biotic and physiographic changes that occur are not exclusively related to disturbance. Convective storms produce low frequency disturbances that affect the forest in different ways. In the Amazon rainforest, downbursts are produced by convective storms embedded in squall lines, and formed by the contrasting pressure and temperature between air masses. They are followed by storms, strong winds and unusual electricity discharges. These downbursts cause blowdowns that are characterized by intense tree mortality and changes in canopy structure. The effect of blowdowns on the forest structure, associated regeneration, and succession processes are not fully understood. This work describes the floristic composition and horizontal structure, and the comparison between two different sites. One of them was a (remaining) secondary forest after an intense blowdown associated with a squall line that stuck the Amazon basin in January, 2005. The second was a pristine forest some 5 km far from the disturbed area. In both sites the original vegetation is characterized by evergreen forest with a mean canopy height of ~30 m. The studied sites are located in Manaus region, in the Cuieras river basin (02 ̊33’ S; 60 ̊16’ W), state of Amazonas, Brazil. In the disturbed forest the seed rain was measured during a 12 month period. The 1,944 trees sampled in the disturbed forest were distribuit in 50 families, 143 genus and 284 species. Five years after the disturbance, the stem density averaged 442.6 ± 46.5 stems.ha -1 (CI 95%) and basal area averaged 17.6 ± 3.2 m 2 .ha -1 (CI= 95%). These means are lower than the pristine forest figures, which averaged 584.3 ± 26.9 stems.ha -1 and 27.4 ± 1.8 m 2 .ha -1 , respectively. However, the diameter distributions of pristine and disturbed forests have shown a very weak evidence (p= 0.864) that they are different suggesting that the storm damaged all of diameter size classes. The density of dead stems was different between the pristine and disturbed areas (p<0.001). In the disturbed areas, the sloped terrain had density of dead stems (130 ± 33 stems.ha -1 ) higher than in (“baixios”) valleys (72,7 ± 29,9 stems.ha -1 ) and plateaus (93,7 ± 33,7 stems.ha -1 ) as well. The tree species richness (284) and diversity (Shannon index: H’= 4.77 nats.ind. -1 ) in the disturbed were lower than in the pristine forest (917 and 5.85, respectively).However, the species richnnes and diversity of the disturbed forest were similar to those observed in other forests in the Central Amazon. In the large gaps the density and frequency of pioneer species were higher than in intact areas, which suggest that in large gaps the environmental conditions are adequately to the pioneer species establishment. During one year period we found 5,366 seeds from 232 different tree species. The mean density of seeds was 24.8 ± 16.9 seeds.(m 2 ) - 1 .year -1 (CI= 95%), and the mean species richness was 14.9 ± 0.3 species.(m 2 ) -1 .year -1 (CI= 95%). The species richness changed over time (p< 0.00001).
Resumo: Sucessão florestal em área atingida por tempestade convectiva na região de Manaus, Amazônia Central - Distúrbios naturais participam do processo de formação e transformação da paisagem. Todavia, a mudança de padrões fisiográficos e bióticos das populações afetadas não está relacionada apenas com a ocorrência de distúrbios. Na floresta amazônica, ventos com alto poder destrutivo são produzidos por tempestades convectivas, as quais são originadas em linhas de instabilidade, por meio do contraste de pressão e temperatura de diferentes massas de ar. Esses distúrbios são acompanhados por chuvas torrenciais, fortes ventos e descargas elétricas, que podem provocar alta mortalidade de árvores e vir a modificar a estrutura e o dossel das florestas. Entretanto, as conseqüências dos efeitos destas tempestades sobre a estrutura e o processo de sucessão, ainda são desconhecidos. Este trabalho descreveu a composição florística e a estrutura horizontal de uma floresta perturbada pela passagem de uma tempestade convectiva, que assolou a região central da Amazônia em Janeiro de 2005. O trecho de floresta perturbada foi comparado com um trecho de floresta adjacente não-perturbado, o qual não sofre intervenções antrópicas há pelo menos 100 anos. A chuva de sementes na floresta perturbada também foi acompanhada. O trabalho foi desenvolvido na região noroeste da cidade de Manaus em uma floresta de terra firme, localizada na bacia do rio Cuieiras (02 ̊33’ S; 60 ̊16’ W). As 1.944 árvores amostradas na floresta perturbada se distribuem por 50 famílias, 143 gêneros e 284 espécies. Nesta floresta, cinco anos após o distúrbio, a densidade (442,6 ± 46,5 ind.ha -1 ) e a área basal (17,6 ± 3,2 m 2 .ha -1 ) do estrato mais danificado são inferiores às encontradas para a floresta não- perturbada (584,3 ± 25,9 ind.ha -1 e 27,4 ± 1,8 m 2 .ha -1 , respectivamente). Porém, a distribuição diamétrica da comunidade arbórea da floresta perturbada não difere da distribuição diamétrica da floresta não-perturbada (teste χ 2: p= 0,983), o que indica que a tempestade matou árvores de todas as classes de tamanho. A densidade de indivíduos mortos no estrato mais danificado da floresta perturbada é diferente da floresta não-perturbada (p< 0,001). Na floresta perturbada, a densidade de indivíduos mortos nas áreas de encosta (130,8 ± 32,9 ind.ha -1 ) foi superior à densidade de indivíduos mortos nas áreas de platô (93,7 ± 33,7 ind.ha -1 ) e de baixio (72,7 ± 29,9 ind.ha -1 ). Os valores de riqueza (284 espécies) e diversidade (H’= 4,77 nats.ind. - 1 ) da floresta perturbada são inferiores aos valores encontrados na floresta não-perturbada (917 e 5,85, respectivamente). Todavia, a riqueza e a diversidade de espécies da floresta perturbada são similares às encontradas em outras florestas de terra firme da Amazônia Central. A densidade de espécies pioneiras nas grandes clareiras foi maior do que nas áreas intactas. Provavelmente, mudanças nas condições ambientais nas áreas de grandes clareiras favoreceram o estabelecimento de tais espécies. Ao longo de um ano foram coletadas 5.366 sementes e/ou propágulos na chuva de sementes da floresta perturbada. Foram reconhecidas 232 morfoespécies e a densidade média de sementes foi de 24,8 ± 16,9 sementes.(m 2 ) -1 .ano -1 (IC= 95%). A riqueza média foi de 14,9 ± 0,3 espécies.(m 2 ) -1 .ano -1 (IC= 95%), valor este que variou ao longo dos meses (p< 0,00001).
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