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Título: Alterações no crescimento díamétrico da espécie arbórea Eschweilera tenuifolia (O. Berg) Miers (Lecythidaceae) em relação com a implantação de uma hidrelétrica na Amazônia Central
Autor: Silva, Jekiston de Souza
Orientador: Schongart, Jochen
Palavras-chave: Rio Uatumã
Balbina
Igapó
Pulso de inundação
Anéis de crescimento
Data do documento: 2017
Resumo: A Amazônia possui a maior bacia hidrográfica e floresta tropical úmida do planeta. Os igapós, uma tipologia destas áreas úmidas, são áreas alagáveis banhadas por rios de águas pretas ou claras. O regime de inundação destes rios ocorre em forma de um pulso monomodal e as espécies arbóreas nestes ecossistemas desenvolveram durante milhões de anos adaptações morfo-anatômicas, fisiológicas e bioquímicas para tolerar as inundações regulares e previsíveis. As árvores respondem às condições desfavoráveis de crescimento durante a fase de inundação através da dormência cambial, resultando na formação de anéis anuais de crescimento. A espécie arbórea Eschweilera tenuifolia é adaptada a prolongados períodos de inundação e é observada uma grande quantidade de indivíduos mortos nas cotas topográficas baixas a jusante da barragem da Usina Hidrelétrica (UHE) de Balbina, localizada no Rio Uatumã na Amazônia Central. O presente estudo buscou avaliar o impacto das alterações do regime hidrológico causadas pela UHE de Balbina no crescimento pi diamétrico de E. tenuifolia em florestas alagáveis da bacia do Rio Uatumã a jusante da barragem por meio de análises de anéis de crescimento que foi feito através de estudos dendrocronológicos. Foram analisadas as taxas de incremento em diâmetro de 60 indivíduos. Durante o período total do estudo (1825-2014) às árvores tiveram taxas médias de incremento em diâmetro de 2,44±0,66 mm ano. Durante o período pós-barragem as taxas médias de incremento em diâmetro foram fortemente reduzidas em comparação com o período precedente (7^2,01; /'<0,05). Observamos diferenças dos impactos oriundo da UHE de Balbina em relação com a idade das árvores e sua distância fluvial da barragem. Árvores com idades menores de 200 anos e aquelas mais próximas da barragem (<100 km) sofrem mais impactos do que árvores com idades >200 anos e mais distante da barragem (125-155 km). A forte redução de taxas anuais de incremento em diâmetro da espécie arbórea E. tenuifolia durante o período da operação da UHE Balbina indica que as árvores perdem cada vez mais as suas capacidades de tolerar as inundações e continuam e continuarão morrendo nas florestas alagáveis de igapó ao longo do Rio Uatumã, quase 30 anos após que a UHE iniciou a sua operação. A alteração da fragilidade das áreas alagáveis de igapó na Amazônia e a sua relação com o pulso de inundação. Isso tem que ser considerado na avaliação ambiental de futuras instalações de barragem hidrelétricas na Amazônia.
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