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Avaliação do grau de eutrofização de dois igarapés urbanos de Manaus - AM
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Resumo
Segundo Von Sperling (1994), de toda água da terra, apenas 0,8% correspondem à água doce e
destes, 97% é subterrânea e 3% superficial, ou seja, de extração mais fácil. Daí a necessidade de
se preservar os recursos hídricos existentes na terra. A preservação da qualidade das águas
superficiais é essencial à manutenção das diferentes formas de vida nela existentes. Com relação
ao homem, seu bem estar físico e mental e seu desenvolvimento sócio-econômico dependem
fundamentalmente de água de qualidade adequada.
Segundo dados do IBGE, a cidade de Manaus na Amazônia Central, tem uma população de
1.592.555 e está entre os 10 municípios mais populosos do Brasil, ocupando a 8ª posição. Nos
últimos 25 anos o crescimento populacional foi ainda mais rápido e os serviços de infra-estrutura
urbana, não cresceram em proporção suficiente para suprir a demanda, gerando sérios problemas
sócio-econômicos, especialmente nas áreas de saneamento e saúde pública. Os efeitos podem ser
observados pela precária situação em que se encontram vários cursos d’água da região central de
Manaus.
O maior fator de deterioração dos corpos d’água está, no entanto, associado aos esgotos oriundos
das atividades urbanas. Os esgotos contém Nitrogênio e Fósforo presente nas fezes e urina, nos
restos de alimentos, nos detergentes e outros subprodutos das atividades humanas (Von Sperling,
2005).
A cidade de Manaus é cortada por quatro bacias hidrográficas, entre elas a Bacia do Educandos e a
Bacia do São Raimundo, que estão totalmente inseridas na área urbana cidade, das quais
pertencem os dois principais igarapés, Quarenta e Mindú, respectivamente.
A eutrofização artificial é um processo dinâmico no qual ocorrem profundas modificações
qualitativas e quantitativas nas comunidades aquáticas, nas condições físicas e químicas do meio e
do nível de produção do sistema, podendo ser considerada uma forma de poluição (Esteves, 1988).
Um ambiente eutrófico apresenta certas características como transparência limitada, baixa
profundidade, alto teor de nutrientes, alto teor de matéria orgânica no sedimento e comumente
floração de algas. As principais conseqüências da eutrofização são: perda de diversidade, alteração
no padrão de oxigenação da água, floração de algas, cianobactérias e macrófitas aquáticas,
restrição ao uso da água, efeitos sobre saúde humana e aumento nos custos para tratamento da
água (Andreoli et al, 2005).
A importância de se conhecer a dinâmica desses corpos d’água é integrar com outros estudos
similares, e ter uma visão geral do comportamento desses igarapés, do nível de poluição, e
identificar os pontos críticos apresentando às autoridades e órgãos responsáveis. Uma vez que
esses igarapés cortam a área urbana da cidade de Manaus, passando por pontos turísticos
importantes e dessa forma, podendo influenciar positivamente ou negativamente. Von Sperling
(2005) afirma que corpos d’água poluídos e considerados eutrofizados, geram maus odores,
distúrbios com insetos, e afetam visualmente a paisagem.
Quando avaliamos a qualidade da água, utilizamos diversos parâmetros, mas também podemos
recorre a índices, que resume em poucos valores um conjunto de informações sobre o
enriquecimento nutricional de corpos aquáticos. Dentre eles, temos o Índice de Estado Trófico de
Carlson (1977) adaptado para ambientes tropicais por Toledo Jr. et al (1983), que é muito utilizado
na literatura (Esteves, 1988; Mercante & Tucci-Moura, 1999; CETESB, 1979, 1992 e 2001),
principalmente pela facilidade de aplicação e determinação dos parâmetros necessários:
transparência do disco de Secchi, fósforo total e clorofila-a.
O objetivo deste trabalho é analisar o Índice de Estado Trófico-IET na avaliação comparativa de
aspectos limnológicos dos igarapés do Quarenta e Mindú, no município de Manaus-AM.
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