Dissertação
Interações biosfera-atmosfera em uma savana tropical no leste da Amazônia
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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Resumo
Foram realizadas medidas de fluxos de calor sensível, calor latente, calor no solo e de
dióxido de carbono em um ecossistema de savana natural no leste da Amazônia, utilizando o
método de covariância de vórtices turbulentos. A coleta de dados foi realizada em uma área de
savana no município de Santarém, Pará, de setembro a novembro de 2018, período
corresponde à parte da estação seca na região. Neste sítio experimental, os padrões de
variabilidade do ciclo diário para os fluxos de energia e CO2 foram analisados, assim como
buscou-se conhecer a estrutura da turbulência local. A temperatura média do ar no ano de
2018 no sítio de savana foi de 29 ℃, sendo 2 ℃ mais quente que a média histórica da região, com ocorrência de episódios de chuva pontuais e de baixa intensidade. O saldo de radiação
médio à superfície foi de 125 W m-2, com fluxo médio diário de calor latente (LE) no período
de 59 W m-2
, enquanto o fluxo de calor sensível (H) foi de 69 W m-2
. A razão de Bowen média
para o período de dados foi de 1,4, representando a preponderância dos processos de
aquecimento do ar frente aos processos evaporativos. Durante o período diurno, cerca de 36%
da energia disponível (Rn) na savana foi utilizada no processo de evapotranspiração e H
correspondeu a 51% de Rn em média. No intervalo de tempo do estudo, foi observado um
fechamento do balanço de energia à superfície incompleto, com déficit de 8%. Com relação
aos fluxos de dióxido de carbono, a máxima absorção de carbono foi de -8,8 µmol.m-2 s
-1
, durante o dia, enquanto a máxima emissão foi de 4,6 µmol.m-2 s
-1
, durante o alvorecer. De
modo geral, verificou-se que, em termos do balanço de energia, a savana em estudo apresenta
características de uma savana típica, apesar do clima mais úmido nessa região comparado a
outras regiões de savana. Com relação à estrutura da turbulência na atmosfera em savana, não
é possível a aplicação da Teoria da Similaridade de Monin-Obukhov, seguindo o
comportamento observado na floresta amazônica, o que requer uma adequação da teoria para
o bioma na correta quantificação dos fluxos de massa e energia.
