Tese

Relação entre estrutura vertical e diversidade de espécies de plantas e animais em uma floresta de terra-firme na Amazônia central

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

Organizadores

Orientador(a)

Coorientador(a)

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Uma questão central em ecologia é como o habitat influencia a distribuição e a diversidade das espécies no espaço. A estrutura florestal desempenha um papel importante na determinação da adequação do habitat para plantas e animais, mas essas relações são pouco caracterizadas para diferentes comunidades biológicas em florestas tropicais. No primeiro capítulo, usamos o lidar terrestre portátil para quantificar métricas estruturais e determinar sua contribuição na previsão da diversidade de espécies e mudanças de composição entre parcelas para nove grupos biológicos em uma floresta de terra-firme. Para cada grupo, calculamos o índice alfa de Fisher e resumimos a composição da comunidade usando a Análise de Coordenadas Principais. Como os organismos biológicos também podem reagir diretamente às condições hidroedáficas, realizamos uma análise de partição de variação usando regressões lineares para separar a contribuição relativa das métricas estruturais e das variáveis hidroedáficas. No segundo capítulo, nós analisamos estas relações a nível de estrato e não somente entre parcelas, já que os microambientes entre estratos associados a estrutura vertical também variam, com gradientes ambientais no espaço horizontal podendo modular estas relações. Nós investigamos como a diversidade e composição de espécies e a densidade da madeira variam ao longo dos estratos verticais da floresta e como essas relações são moduladas pela profundidade do lençol freático. Nós utilizamos dados de 23 parcelas de uma floresta de terra-firme, onde cada parcela foi dividida em 10 estratos verticais. Utilizamos como variáveis respostas o índice de alfa de fisher, o primeiro eixo de ordenação da composição de espécies e o valor médio da densidade da madeira ponderado pela abundância relativa de cada espécie no estrato. Utilizamos modelos lineares generalizados mistos para análise estatística. No primeiro capítulo, como principais resultados encontramos que a estrutura da floresta foi relacionada à diversidade e composição de alguns grupos, especificamente plantas, anuros e aves. A altura média do dossel, o volume da altura da área foliar e a assimetria do perfil vertical explicaram mais de um terço da diversidade de espécies de palmeiras e árvores, com valores mais altos relacionados à maior diversidade de espécies. As variáveis hidroedáficas foram os preditores mais importantes do eixo de composição principal para grupos de plantas, mas algumas métricas estruturais explicaram mais de 30% do eixo de composição secundário para samambaias+licófitas, árvores, aves e anuros. No segundo capítulo, encontramos que uma estratificação vertical significativa da composição de espécies com base na presença-ausência e da densidade da madeira, especialmente em áreas com lençol freático mais profundo. Os estratos mais altos apresentaram maior densidade da madeira, provavelmente devido às maiores necessidades de suporte mecânico e à eficiência do transporte de água. Não encontramos fortes evidências de estratificação vertical da diversidade de espécies e da composição com base na abundância relativa. Esta tese reforça o potencial de estimar a diversidade de espécies e as mudanças de composição em gradientes estruturais usando métricas derivadas de lidar em florestas tropicais, além de destacar a importância de considerar características funcionais e gradientes verticais e hidrológicos em estudos ecológicos e no manejo florestal, com implicações para a conservação da biodiversidade e o armazenamento de carbono. Palavras-chave: floresta tropical, estrutura vertical da floresta, ecologia de comunidade, sensoriamento remoto lidar, partição de nicho, microambientes de luz, diversidade de espécies, densidade da madeira, disponibilidade de água

Abstract:

A central question in ecology is how habitat influences the distribution and diversity of species in space. Forest structure plays an important role in determining habitat suitability for plants and animals, but these relationships are poorly characterized for different biological communities in tropical forests. In the first chapter, we used ground-based lidar to quantify structural metrics and determine their contribution in predicting species diversity and compositional changes between plots for nine biological groups in a terra-firme forest. For each group, we calculated Fisher's alpha index and summarized community composition using Principal Coordinates Analysis. As biological organisms may also react directly to hydro-edaphic conditions, we carried out variation partitioning analysis using linear regressions to disentangle the relative contribution of structural metrics and hydro-edaphic variables. In the second chapter, we analyze these relationships at the stratum level and not just between plots, since the microenvironments between strata associated with vertical structure also vary, with environmental gradients in horizontal space being able to modulate these relationships. We investigated how species diversity, composition and wood density vary across vertical forest strata and how these relationships are modulated by water table depth. We used data from 23 plots in a terra-firme forest, where each plot was divided into 10 vertical strata. We used Fisher's alpha index, the first ordination axis of species composition, and the mean value of wood density weighted by the relative abundance of each species in the stratum as response variables. We used generalized linear mixed models for statistical analysis. In the first chapter, the main results were that the forest structure was related to the diversity and composition of certain groups, specifically plants, anurans, and birds. Mean canopy height, leaf area height volume, and skewness explained more than one-third of species diversity of palms and trees, with higher values relating to higher species diversity. Hydro-edaphic variables were the most important predictors of the main compositional axis for plant groups, but some structural metrics explained more than 30% of the secondary compositional axis for ferns+lycophytes, trees, birds, and anurans. In the second chapter, we found significant vertical stratification of species composition based on presence-absence and wood density, especially in areas with a deeper water table. The higher strata had higher wood density, probably due to greater mechanical support needs and water transport efficiency. We found no strong evidence of vertical stratification of species diversity and composition based on relative abundance. This thesis reinforces the potential for estimating species diversity and compositional changes across structural gradients using lidar-derived metrics in tropical forests and highlights the importance of considering functional traits and both vertical and hydrological gradients in ecological studies and forest management, with implications for biodiversity conservation and carbon storage. Keywords: tropical forest, vertical forest structure, community ecology, lidar remote sensing, niche partitioning, light microenvironments, species diversity, wood density, water availability.

Descrição

Citação

DOI

ISSN

Coleções

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por