Dissertação
Mudanças nos estoques de carbono do solo em fragmentos e florestas contínuas de terra-firme na Amazônia Central
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Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Resumo
As florestas da Amazônia estocam grande quantidade de carbono tanto na biomassa
vegetal como no solo. Nas últimas três décadas as altas taxas de desmatamento
aceleraram o processo da fragmentação da floresta na Amazônia brasileira. Embora as
consequências do desmatamento e conversão da floresta em pastagens sobre os estoques
de carbono estejam bem documentadas, os impactos da fragmentação florestal e dos
efeitos de borda sobre os estoques de carbono do solo permanecem desconhecidos. Nós
investigamos as mudanças nos estoques de carbono do solo em fragmentos florestais
após cerca de 25 anos do isolamento e a sua relação com os efeitos de borda além de
investigar o comportamento dos estoques em florestas primárias contínuas no mesmo
período. A amostragem seguiu um sistema de falsas coordenadas permitindo que
amostras fossem coletadas nos anos 1980 e no ano de 2012, nos exatos mesmos pontos.
Foram coletadas amostras para teor de carbono compostas cada uma por cinco
subamostras e uma amostra de densidade em cada parcela de 400 m². No total foram
coletadas amostras de solo em 265 parcelas distribuídas em 28 grids de 1 ha nos
fragmentos florestais e em 176 parcelas em 22 ha na floresta contínua. Verificamos
mudanças nos estoques de carbono do solo em ambos os ambientes, com aumento dos
valores para os fragmentos florestais e redução dos estoques presentes na floresta
contínua. Nos fragmentos, a mudanças nos estoques de carbono do solo se mostraram
relacionadas à distância da borda da floresta. Nestes locais ocorrem maiores taxas de
mortalidade de árvores em função de alterações microclimáticas vistas após o
isolamento dos fragmentos, há também acréscimo na produção de necromassa
juntamente com alterações na composição e estrutura da vegetação fatores que facilitam
a decomposição da matéria orgânica deslocando o fluxo em direção ao compartimento
do solo resultando em aumento nestas localidades. Na floresta contínua os resultados
indicaram tendência contrária, com redução dos estoques de carbono do solo. O
desequilíbrio entre os fluxos resulta em diminuição dos estoques de carbono do solo
nestas áreas. Ainda que esse comportamento possa não ser via de regra para as florestas
na Amazônia, como em estudos que demonstram acréscimo nos estoques. É importante
destacar que estes ecossistemas podem se comportar tanto como fonte ou sumidouro de
carbono e os processos que regem esse comportamento devem ser mais bem
compreendidos.
Abstract:
Amazonian forests store large quantities of carbon both in plant biomass and soil. Over
the last three decades, high rates of deforestation have accelerated the process of forest
fragmentation in the Brazilian Amazon. Although the consequences of deforestation and
conversion of forest to pasture on carbon stocks are well documented, the impacts of
forest fragmentation and edge effects on soil carbon stocks remain unknown. We
investigated changes in soil carbon stocks in forest fragments after about 25 years of
isolation and their relationship with edge effects, together with the behavior of soil
carbon stocks in continuous forests over the same period. Sampling followed a system
of false coordinates allowing soil collection in 1980 and in 2012 at the same points.
Samples for carbon analysis (each sample consisting of five subsamples) and
undisturbed cores for soil bulk density were taken in each 400-m² plot. Samples were
taken in 265 plots distributed in 28 grids 1-ha in forest fragments and in 176 plots
distributed in 22 ha of continuous forest. We detected changes in soil carbon stocks in
both environments, with an increase in forest fragments and decrease in continuous
forest. Changes in soil carbon stocks in the forest fragments appear to be associated
with the distance from the edge, where the highest rates of tree mortality occur due to
microclimatic changes. The association between increasing necromass and changes in
the composition and structure of the vegetation accelerate the decomposition rates of
organic matter, thereby shifting the flow into the soil compartment and resulting in the
elevation of carbon stocks in these areas. The results for continuous forest suggests that
the low mortality rates coupled with the long residence time of carbon in necromass
retard the decomposition rates of organic matter, resulting in reduced carbon flux into
the soil compartment, while the emission by microbial respiration continues. The
imbalance between the flows in and out of this compartment results in decreased soil
carbon stocks in these areas. However, this behavior may not be a general rule for
forests in the Amazon, as demonstrated in studies indicating increases in carbon stocks.
It is important to know that these ecosystems can behave either as sources or sinks of
carbon. The processes driving this behavior must be better understood.
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