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Título: O impacto da extração da fibra de arumã (Ischnosiphon polyphyllus, Marantaceae) sobre a população da planta em Anavilhanas, Rio Negro, Amazônia Central
Autor: Nakazono, Erika Matsuno
Orientador: Mesquita, Rita de Cássia Guimarães
Palavras-chave: Arumã
Fibra de arumã
Data do documento: 2000
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Ecologia
Resumo: A exploração de produtos florestais não madereiros (PFNM), em regiões tropicais úmidas, tem ganhado bastante atenção nas últimas décadas por ser uma alternativa de uso sustentável da floresta. No entanto, a ausência de estudos sobre a extração desses produtos, é um dos motivos que impede que os mesmos sejam utilizados adequadamente. Estudei alguns fatores ecológicos atuando sobre o arumã, Ischnosiphon polyphyllus, Marantaceae, que é uma planta herbácea que ocorre em ambientes de florestas inundáveis e é utilizada por artesãoes na confecção de artigos artesanais, principalmente de tapetes (tupés). O local de estudo foi no arquipélago de Anavilhanas, rio Negro, Amazônia Central. Essas ilhas são áreas de extração de arumã por coletores que moram no município de Novo Airão. Investiguei neste trabalho como a luminosidade, período de inundação, e corte dos talos da planta, afetam o crescimento, produção de talos novos e sobrevivência do arumã. Realizei também uma análise sócio-econômica dos artesãos de Novo Airão. O conjunto desses resultados, permitem propor alternativas preliminares de manejo da espécie. Medidas de diâmetro, altura e produção de talos novos por planta foram utilizadas para avaliar o crescimento após um ano. A luminosidade dos ambientes em que as plantas se encontram, foi determinada através de estimativa visual. O período de inundação foi calculado a partir da marca da água na árvore mais próxima da planta. Simulando o comportamento dos artesãos, realizei diferentes intensidades de corte (0, 30, 50, 80 e 100%) sobre os talos da cada planta. Entrevistas e questionários foram aplicados para obter informações sócio-econômicas dos artesãos. Para um melhor entendimento do processo de extração pr esses, acompanhei 8 coletores na coleta da planta. O período de inundação não afetou nas respostas de crescimento e produção de talos novos das plantas analisadas. Já a maior disponibilidade de luz teve um efeito positivo no crescimento em diâmetro e produção de talos novos. Por outro lado, a maior entrada de luz apresentou um efeito negativo sobre o crescimento em altura. O crescimento e a produção de talos novos foi inversamente proporcional a intensidade de corte. As plantas que sofreram 100% de corte apresentaram apenas 50% de sobrevivência. Os 8 artesãos acompanhados coletaram em média 50% de talos por planta, e em alguns casos até 100%. Porém segundo estimativas deste estudo a área de coleta do arumã respresenta uma pequena porção da área total do arquipélago de Anavilhanas. A venda de tupés é para esses artesãos uma importante fonte de renda na complementação da economia familiar. Da produção de artesanatos comercializados por esses, cerca de 80% da renda é obtida através da comercialização de tupés. Em um intervalo de um ano, as touceiras que foram submetidas à extração de talos maduros para o artesanato, não conseguiram repor 100% o recurso retirado. Para o uso mais viável da mesma e o possível aumento da demanda dos produtos artesanais, é preciso que se continuem estudos sobre a ecologia do arumã. Isto implica em uma integração de conhecimentos dos extratores aliados à melhor utilização e manejo da planta.
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