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Título: Análise comparativa de vegetação lenhosa do ecossistema campina na Amazônia brasileira
Autor: Ferreira, Carlos Alberto Cid
Orientador: Gribel, Rogério
Palavras-chave: Composição florística
Fitossociologia
Campina
Amazônia
Data do documento: 12-Ago-2009
Editor: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa: Botânica
Abstract: Amazonian campinas are sclerophytic vegetation occurring in white sand soils. Although in the beginning they were just mentioned for the rio Negro basin, it is now know that the campinas are widely distributed in the Amazon and some other areas of Tropical America. Amazonian campinas occur as enclaves in areas with dominated by other vegetation types such as rain forests, savannas or campinarana forests. The sandy soils colonized by campinarana plants could be of different origins, such as: a) beds of ancient bodies of water that dry ; b) the sandy profiles derived from the erosion of sandstones from the Guiana Shield or the Brazilian Shield, and; c) ancient sand dunes of eolian origin. This present thesis is aiming to describe and compare from the floristic and phytosociologic point of view, nine Amazonian campinas. Only arboreal and shrubby species with diameter at breast height (DAP) > 5 cm were studied. The nine campinas studied contained, 252 species belonging to 121 genera and 44 families. The families of greatest floristic abundance were Fabaceae, Mytaceae, Rubiaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae, and Annonaceae. The genera of most importance were Clusia, Emmotum, Pagamea, Tapirira, Eugenia, Matayba, Myrcia and Ouratea. The nine sampled areas exibited a high proportion of unique species: 72.6% of the species were just registered in one of the campinas. The high proportion of exclusive species resulted in a great floristic comparative distance among the campinas (Jaccard distance ranging from 0.471 to 0.942). In contrast, seven species (2.8% of total) occurred in more than five campinas. These species have wide neotropical distribution and occur in different physiognomies: Humiria balsamifera Aubl., Emmotum nitens Miers, Pagamea guianensis Aubl., Tapirira guianensis Aubl., Byrsonima crassifolia (L.) Kunth., Ouratea spruceana Engl. e Alchornea discolor Poepp. The analysis of the species distribution together with the floristic similarity and MDS analysis have found some phytogeographic patterns for the Amazonian campinas, such as: a) great floristic afinity among Amazonian campinas and the Guiana Shield vegetation and Venezuela-Colombia Llanos; b) campinas in contact with Amazon basin and Brazilian Shield, like the Serra do Cachimbo ones, show greater influence from the Cerrado vegetation; c) campinas from eastern Amazon has shown greater influence from the Guiana and Brazilian Shield floras; d) Low afinity between the Amazonian campinas and restinga vegetation from the Atlantic cost; e) Amazonian campinas from the Brazilian western extreme, like Cruzeiro do Sul (Acre), are significantly different from the other ones. The results of this work reinforce the need of biodiversity conservation programs for the Amazonian campinas due to the great floristic divergence observed among them, large endemic potential and its occurrence on restricted isolated spots.
Resumo: As campinas amazônicas são formações vegetais esclerófilas que se desenvolvem em solos de areia branca. Apesar de inicialmente citadas apenas para a bacia do Rio Negro, sabe-se atualmente que as campinas estão amplamente distribuídas na Amazônia e em outras áreas da América Tropical. As campinas ocorrem como enclaves em áreas com matriz de floresta ombrófila, cerrado ou campinarana. Os substratos arenosos colonizados pelas plantas de campina podem ser de diferente natureza, tais como: (a) leitos de antigos corpos de água que secaram, (b) perfis arenosos oriundos da decomposição de arenitos do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro, e (c) antigas dunas arenosas de origem heólica. O presente trabalho teve como objetivo descrever e comparar, do ponto de vista florístico e fitossociológico, nove campinas na Amazônia Brasileira. Foram estudadas apenas as espécies arbóreas e arbustivas com diâmetro na altura do peito (DAP)  5 cm. Foram registradas, nas nove campinas estudadas, 252 espécies pertencentes a 121 gêneros e 44 famílias. As famílias de maior riqueza florística foram Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae e Annonaceae. Os gêneros de maior importância foram Clusia, Emmotum, Pagamea, Tapirira, Eugenia, Matayba, Myrcia e Ouratea. As nove campinas amostradas exibiram uma alta proporção de espécies exclusivas: 72,6% das espécies foi registrada apenas em uma das campinas. A alta proporção de espécies exclusivas resultou em grande distância florística entre as campinas estudadas (distância de Jaccard variando de 0,471 a 0,942). Em contraste, sete espécies (2,8% do total) ocorreram em mais de cinco campinas. Estas espécies, de ampla distribuição neotropical e de ocorrência em diferentes fisionomias, são: Humiria balsamifera Aubl., Emmotum nitens Miers, Pagamea guianensis Aubl., Tapirira guianensis Aubl., Byrsonima crassifolia (L.) Kunth., Ouratea spruceana Engl. e Alchornea discolor Poepp. A análise de distribuição das espécies, juntamente com análises de similaridade florística e de ordenamento MDS (Escalonamento multi-dimensional não-métrico) indicam alguns padrões fitogeográficos para as campinas, tais quais: (a) grande afinidade florística entre as campinas amazônicas e a vegetação do Escudo Guianense e dos Llanos Venezuelanos/Colombianos; (b) campinas no contato da bacia amazônica com o Escudo Brasileiro – como as da Serra do Cachimbo - apresentam maior influência da vegetação do cerrado; (c) campinas do leste amazônico apresentam influência mista das floras do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro; (d) baixa afinidade da flora das campinas com a da Restinga Atlântica; (e) campinas do extremo oeste da Amazônia brasileira – como a de Cruzeiro do Sul (Acre) - são altamente diferenciadas das demais. Os resultados aqui apresentados reforçam a necessidade de programas de conservação da biodiversidade das campinas amazônicos, dada a alta diferenciação florística observada entre elas, a grande concentração de endemismos e sua ocorrência em manchas restritas e isoladas.
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