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Título: Filogeografia comparada de Tachyphonus phoenicius (Aves; Thraupidae) e Polytmus theresiae (Aves; Trochilidae), duas espécies características de campinas amazônicas
Autor: Matos, Maysa Vera
Orientador: Ribas, Camila Cherem
Palavras-chave: Pleistoceno
Biogeografia
Tachyphonus phoenicius
Tem-tem-de-dragona-vermelha
Polytmus theresiae
Beija-flor-verde
Data do documento: 20-Mai-2014
Editor: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA
Programa: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva - GCBEv
Abstract: Campinas and campinaranas are sand soil environments distributed throughout the Amazon region. Some species of birds are endemic of its environments, as T. phoenicius and P. theresiae. Climate changes that have occurred in the Pleistocene may have left genetic marks in these populations and that may help us understanding the spatial dynamics of these areas and infer about how the endemic species will react to possible future climate changes. Therefore, our aim was to analyze the genetic, morphological variability and phylogeographic patterns of T. phoenicius and P. theresiae comparing them to check for consistency in their evolutionary histories and relate these patterns to the evolution of the Amazonian landscape during the Pleistocene. A mitochondrial gene (ND2) and a Z-linked chromosome intron (ACO-intron15) of 95 individuals from T. phoenicius and 56 from P. theresiae were sequenced. Haplotype networks were constructed for each species and for each marker, as well as analysis of possible populations by BAPS. Phylogenetic analyses were performed to see the relationship of these species with their sister species, as well as the estimation of coalescence time between them. Analyses of population expansion were made using the two concatenated markers (EBSP) and the parameters of population demographics Tajima’s D, Fu’s Fs and R2. Morphometric analyzes were conducted with individuals from INPA’s birds collection for further realization of Principal Component Analysis (PCA), as well as checking the characteristic epaulet color in the wing of T. phoenicius. The result of the haplotype network for P. theresiae showed us a great homogeneity, demographic parameters suggested population growth, as well as the result of EBSP (40kya). P. theresiae is sister to P. milleri (Tepui) that diverged ~2.5 Ma forming a clade and then a group with P. guainumbi. The result of the PCA also showed a single homogeneous group. The ND2 haplotype network for T. phoenicius divided into two distinct, separating a population to North of the Solimões - Amazonas river and another to the South, the intron network showed no strong trend of separation. The parameters of population demographics only showed expansion for the population of South. While the EBSP analyzes showed expansion to both of them, North (~100kya) and South (~200kya). Phylogenetic analysis of T. phoenicius, grouped with the clade of T. rufus and T. coronatus, and the origin age of T. phoenicius lineage takes about 11 Ma witch separated North from South about 1,4Ma. PCA results showed almost two distinct groups, as well as in the epaulet color analysis, where the red color predominated in North and the yellow in South, but some individuals with orange epaulet was found in both of them, showing us a possible cryptic species. The recent population expansion was the common feature between the two species, which may reflect the greater availability of environments for them during glacial cycles or increased the forests permeability, facilitating connectivity between the campinas. The processes that have acted historically in the two species were not the same, but the species seem to respond to the same processes that maintain diversity in open environments of the Amazon, such as Pleistocene climate change, facilitating population expansion.
Resumo: As campinas e campinaranas estão distribuídas por toda Amazônia e são ambientes característicos por seus solos arenosos. Eles apresentam algumas espécies de aves endêmicas a eles, como é o caso de T. phoenicius e P. theresiae. As mudanças climáticas que ocorreram no Pleistoceno podem ter deixado marcas genéticas nestas populações e que podem nos ajudar a compreender melhor dinâmica espacial destas áreas e realizar inferências de como as espécies endêmicas de áreas abertas reagirão a futuras possíveis alterações climáticas. Diante disso nosso objetivo foi analisar a variabilidade genética, morfológica e os padrões filogeográficos de T. phoenicius e P. theresiae comparando-os para verificar se há congruência em suas histórias evolutivas e relacionar esses padrões à evolução da paisagem Amazônica durante o Pleistoceno. Foram sequenciados um gene mitocondrial (ND2) e um íntron ligado ao cromossomo Z (ACO-íntron15). Redes de haplótipos foram construídas, bem como a análise de possíveis populações pelo BAPS. Análises filogenéticas foram feitas para ver a relação destas espécies com suas respectivas espécies irmãs, bem como a estimativa do tempo de coalescência entre elas. Análises de expansão populacional foram feitas utilizando os dois marcadores (EBSP) bem como os parâmetros de demografia populacional D de Tajima, Fs de Fu e R2. Análises morfométricas foram realizadas com indivíduos taxidermizados da coleção de aves do INPA para posterior realização da Análise de Componentes Principais (ACP), bem como a verificação da coloração do encontro da asa de T. phoenicius. O resultado da rede de haplótipos para P. theresiae nos mostrou uma grande homogeneidade, os parâmetros de demografia nos mostrou crescimento populacional, bem como o resultado de EBSP, com expansão há ~40mil anos. P. theresiae é irmã de P. milleri (Tepuis) que se separaram há ~2,5 Ma O resultado da ACP também mostrou um único grupo homogêneo. Já em T. phoenicius, a rede de haplótipos de ND2 formou duas linhagens, separando uma população ao Norte do rio Solimões-Amazonas e outra ao Sul, sendo que a rede do íntron não mostrou forte tendência de separação. Os parâmetros de demografia populacional só mostraram expansão para a população do Sul. Já as análises de EBSP mostraram expansão tanto para o Norte quanto para o Sul. Na análise filogenética de T. phoenicius, ele se agrupa com o clado de T. rufus e T. coronatus, sendo que a idade de origem da linhagem de T. phoenicius se dá há ~11 Ma vindo a se separar Norte e Sul há 1,4 Ma. Os resultados da ACP mostraram dois grupos quase que totalmente distintos, bem como as análises de coloração do encontro da asa da espécie, onde houve uma predominância da cor vermelha ao Norte e da cor amarela ao Sul, mas indivíduos com coloração laranja foram encontrados nas duas possíveis populações, sendo esta considerada uma espécie críptica. A expansão populacional recente foi a característica comum entre as duas espécies, o que pode ser reflexo da maior disponibilidade de ambientes para elas durante os ciclos glaciais ou a maior permeabilidade das florestas, facilitando a conectividade entre as campinas. Os processos que atuaram historicamente nas duas espécies não foram os mesmos, mas as espécies parecem responder aos mesmos processos que mantém a diversidade nos ambientes abertos da Amazônia, como as mudanças climáticas do Pleistoceno, facilitando a expansão populacional.
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