Bioecologia de mosquitos (Diptera: Culicidae) e infecções verticais de arbovírus, em uma agrovila na Amazônia brasileira
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Mosquitoes play an important role in the emergence and reemergence of arboviral
diseases. Anthropogenic impacts modify the dynamics of composition of the mosquito
fauna and apparently have favored vector species. This fact further aggravates the
epidemiological scenario, especially in neotropical regions. This study aimed to evaluate:
bioecological aspects of mosquitoes and interactions with aquatic/semi-aquatic
macrofauna, in landscapes with different levels of anthropization; and the occurrence of
arboviruses via vertical transmission, in the rural settlement Rio Pardo, Amazonas, Brazil.
Eight collections were carried out over 2020-2021. Plastic containers, bamboo internodes,
and tires were used to capture mosquitoes in three distinct environments: forest, forest
edge, and peridomicile. These environments were in two landscapes, delimited by a 200-
meter buffer: landscape with high human population density (>15 residents) and high
deforestation (>43%); landscape with low human population density (≤ 15 residents) and
low deforestation (≤43% deforestation). After collections, the macrofauna was removed
and identified, and the mosquitoes were reared in the laboratory until the emergence of
the adult. Adult vectors and/or with records of natural infection were identified, grouped
into pools of up to 21 individuals and processed for viral detection by RT-qPCR. Overall,
15,547 individuals and 26 species were collected. The macrofauna was represented by
10,466 individuals and 18 non-mosquito taxa. The influence of the environment on the
diversity of mosquitoes was discussed in Chapter I and the results were: forest with
greater abundance and forest edge with greater species richness; the abundance and
richness of mosquitoes was influenced by environments; there was a difference in
composition between the forest, forest edge and peridomicile environments, whose
explanation was due to the exchange of species that occurred between the environments.
In Chapter II, four mosquito species were selected to evaluate their response depending
on the presence of macrofauna, landscape and environment, in addition, arbovirus was
investigated via vertical transmission. The following results were obtained: Aedes
albopictus was positively correlated with more anthropized environments and negatively
with predators; Culex (Melanoconion) was influenced by the landscape, environments
and competitors; Haemagogus janthinomys was influenced only by the environment;
Limatus flavisetosus was influenced by predators and competitors. Dengue-like virus was
detected in a pool of Cx. (Melanoconion) and Western Equine Encephalitis-like virus was
detected in a pool of Li. flavisetosus. The minimum infection rate was 0.66 in booth mosquito species detected with arbovirus. Our results reaffirm the fact that anthropic
changes influence mosquito diversity and sometimes favor vector species. Competitors
and predators acted to regulate the presence of the analyzed species. Furthermore, with
the viral detection of arboviruses in mosquitoes of the F1 generation, we can suggest that
this mechanism of vertical transmission makes these viruses last longer in nature. Finally,
people living in the study settlement are vulnerable to arboviral diseases.
Resumo
Os mosquitos possuem um importante papel na emergência e reemergência de doenças
arbovirais. Impactos antrópicos modificam a dinâmica composicional da fauna de
mosquitos e aparentemente têm favorecido espécies vetoras. Tal fato agrava ainda mais
o cenário epidemiológico, principalmente nas regiões neotropicais. Este estudo teve como
objetivos avaliar aspectos bioecológicos de mosquitos e interações com a macrofauna
aquática/semiaquática em paisagens com distintos níveis de antropização, assim como a
ocorrência de arbovírus via transmissão vertical no assentamento rural Rio Pardo,
Amazonas, Brasil. Oito coletas foram realizadas ao longo de 2020-2021. Armadilhas
artificiais de internódio de bambu, recipiente plástico e pneu foram utilizadas para
capturar os mosquitos em três ambientes distintos: floresta, borda de floresta e
peridomicílio. Esses ambientes estavam em duas paisagens delimitadas por um buffer de
200 metros: paisagem com alta densidade populacional humana (>15 moradores) e alto
desmatamento (>43%); e paisagem com baixa densidade populacional humana (≤ 15
moradores) e baixo desmatamento (≤43% desmatamento). Após as coletas, a macrofauna
foi retirada, identificada e os mosquitos foram criados em laboratório até a emersão do
adulto. Os adultos vetores e/ou com registros de infecção natural foram identificados,
agrupados em pools de até 21 indivíduos e processados para a detecção viral através de
RT-qPCR. No geral, foram coletados 15.547 indivíduos e 26 espécies. A macrofauna foi
representada por 10.466 indivíduos e 18 táxons não-mosquito. A influência do ambiente
na diversidade de mosquitos foi abordada no capítulo I e obteve como resultados: floresta
com maior abundância e borda da floresta com maior riqueza de espécies; a abundância
e a riqueza de mosquitos foi influenciada pelos ambientes; houve diferença de
composição entre os ambientes de floresta, borda de floresta e peridomicílio, cuja
explicação decorreu da troca de espécies entre os ambientes. No capítulo II, quatro
espécies de mosquitos foram selecionadas para avaliar sua resposta em função da
presença da macrofauna, paisagem e ambiente. Além disso, foi investigado arbovírus, via
transmissão vertical. Foram obtidos os seguintes resultados: Aedes albopictus
correlacionou-se positivamente com ambientes mais antropizados e negativamente com
predadores; Culex (Melanoconion) foi influenciado pela paisagem, ambiente e
competidor; Haemagogus janthinomys foi influenciado apenas pelo ambiente; Limatus
flavisetosus sofreu influência dos predadores e competidores. Dengue-like vírus foi
detectado em um pool de Cx. (Melanoconion) e Encefalite Equina Ocidental-like vírus foi detectado em um pool de Li. flavisetosus. A taxa mínima de infecção foi de 0,66 em
ambas as espécies de mosquitos detectadas com arbovírus. Nossos resultados reafirmam
o fato de que mudanças antrópicas influenciam na diversidade de mosquitos e, por vezes,
favorecem espécies vetoras. Os competidores e predadores atuaram na regulação da
presença das espécies analisadas. Além disso, com a detecção viral de arbovírus em
mosquitos da geração F1, podemos sugerir que esse mecanismo de transmissão vertical
faz com que esses vírus perdurem por mais tempo na natureza. Por fim, as pessoas que
vivem no assentamento do estudo são vulneráveis às doenças arbovirais.
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